Estes dados, que refletem o mercado de oferta de drogas em 2014, constam do relatório anual “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependências 2014”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), hoje divulgado.

Segundo o documento, a cannabis continua a ser a droga ilícita percecionada como de maior acessibilidade, refletindo as prevalências de consumo na população portuguesa.

Em 2014, foi mais uma vez “consolidado o predomínio crescente da cannabis”, a cocaína manteve-se como segunda droga com maior visibilidade no mercado nacional e a heroína continuou a perder visibilidade.

O haxixe foi a substância com o maior número de apreensões (3.472), seguindo-se a cocaína (com 1.042 apreensões).

O relatório destaca que “pela primeira vez o número de apreensões de cannabis herbácea (771) foi superior ao de heroína (690), o que se deve mais à diminuição de apreensões desta última droga, do que ao aumento de apreensões de cannabis.

Além do haxixe, registou-se também um aumento nas apreensões de ecstasy (de 80 para 138), face a 2013.

Em 2014 aumentou o número de pessoas que morreram com droga no organismo, bem como o número de casos por overdose, sendo de destacar a cocaína, segundo o relatório anual do SICAD.

Subida dos preços

Quanto aos mercados de tráfico e de tráfico-consumo, a principal diferença relativamente a 2013 foi a subida do preço médio da heroína, invertendo a descida verificada naquele ano, mas ainda assim mantendo um valor inferior aos registados entre 2002 e 2011.

Relativamente ao grau de pureza das drogas apreendidas, o relatório salienta que a potência média da cannabis, e em particular da cannabis resina, tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo em 2014 os valores médios mais elevados desde 2005.

No contexto das populações escolares, um estudo que incidiu nos alunos do 8.º e 10.º anos de escolaridade revelou que a cannabis continua a ser a mais consumida (8,8% já experimentaram).

O relatório destaca indicadores de tendências emergentes, como a experimentação de produtos usados como doping (2,3%) e de smartdrugs (2,1%).