Numa conferência de imprensa realizada hoje na DGS, a subdiretora geral da Saúde, Graça Freitas, considerou normal o número de óbitos registados em julho, tendo em conta as elevadas temperaturas.

“Até agora, felizmente, o fenómeno da mortalidade não tem tido a expressão preocupante, ou seja, está naquele limite máximo da variabilidade que nós consideramos normal, em relação a estes fenómenos”, disse Graça Freitas.

Segundo a DGS, registaram-se, até 27 de julho, mais 647 óbitos do que em períodos homólogos de 2014 e 2015, um aumento que se tem verificado desde fevereiro e março.

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Graça Freitas adiantou que nos dias em que a meteorologia registou as temperaturas mais elevadas, foi quando a saúde também detetou o número de óbitos mais elevado, apesar de ser pequeno, sendo o fenómeno de mortalidade mais visível nas pessoas maiores de 75 anos.

No entanto, Graça Freitas admitiu que a mortalidade pode vir a aumentar, tendo em conta que, até ao final do mês, pode existir uma onde de calor e há um ligeiro diferimento entre os dias em que se registam as elevadas temperaturas e os óbitos.

“Em função do que a meteorologia nos mostrou para o dia 28, 29 e 30, em que de facto há um potencial de vir ocorrer uma onda de calor, estes números podem vir a mudar”, disse, avançando que, muitas vezes, “a mortalidade está ligeiramente diferida em relação às temperaturas”.

Portanto, sublinhou, “nos próximos dias pode vir a verificar-se um aumento da mortalidade como consequência do aumento das temperaturas altas que se tem estado a verificar”.

A subdiretora-geral da Saúde realçou também que a procura das urgências dos hospitais verificou um ligeiro aumento, tendo-se registado, em julho, mais 5.800 deslocações do que no mesmo mês de 2015.

Já a Linha de Saúde 24 manteve uma procura estável este mês, não verificando qualquer “fenómeno anómalo em termo de procura e de utilização”, acrescentou.

Por sua vez, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, destacou que os serviços locais e regionais de saúde “conseguiram este ano, pela primeira vez, diminuir de uma forma significativa os efeitos na saúde que decorrem do calor”.

Francisco George adiantou que hoje os serviços de saúde estão preocupados com as 11 estações meteorológicas que podem atingir, até ao final do mês de julho, uma onde calor devido ao número de dias seguidos com excesso de temperatura.

Também presente na conferência de imprensa, Pedro Viterbo, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), afirmou que este ano se verificou uma onda de calor, entre os dias 14 e 19 de julho, nas estações de Santarém, Benavila e Alvega, no vale do Tejo.

As estações de Bragança, Mirandela, Braga, Miranda do Douro, Nelas, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Monção, Viseu, Alvega e Elvas podem registar, até ao final do mês, uma onda de calor, adiantou o meteorologista.

Segundo a DGS, uma onda de calor corresponde a um período de seis dias com temperaturas máximas superiores à média usual para a época e com a existência de noites tropicais, com temperaturas superiores aos 20 graus.