Braquiterapia está a mudar o paradigma terapêutico do cancro da próstata. Consiste num tipo específico de radioterapia, de elevada precisão, em que a fonte de radiação incide directamente nas células cancerígenas.

O mecanismo de actuação consiste na colocação de pequenas cápsulas junto ao tumor, que libertam dose de radiação directamente sobre ele, afectando minimamente os órgãos próximos e reduzindo os efeitos secundários, como a incontinência urinária e a disfunção eréctil. Ao ser mais e melhor orientado, a duração do tratamento é substancialmente inferior e mais eficaz: conseguem-se melhores resultados em um ou dois dias, do que em sete semanas de radioterapia convencional.

“Nos últimos anos assistimos a consideráveis avanços no campo da Braquiterapia. É uma ferramenta terapêutica extremamente eficaz e que permite aos profissionais de saúde tratar com melhor precisão e com muito menos efeitos secundários o cancro da próstata. Confere, de facto, ganhos fantásticos em termos de qualidade de vida do doente“, considera o Dr. Chrisfof Kastner, Urologista do Hospital Addenbrooke, no Reino Unido.

O cancro da próstata é o terceiro mais frequente em Portugal e o segundo mais mortal, de acordo com a Associação Portuguesa de Urologia, sendo responsável pela morte de 1800 portugueses por ano. Aparece, normalmente, depois dos 50 anos e, à medida que a idade avança, aumenta a probabilidade de ocorrência da doença.

Cerca de 80 por cento dos homens com 80 anos têm cancro da próstata, mas, na maioria dos casos, o problema não é diagnosticado e os doentes não têm sintomas. Apesar da enorme taxa de mortalidade, quando diagnosticado precocemente, tem uma elevada taxa de sucesso.

30 de março de 2011

Fonte: SAPO/Infopress