As farmácias ameaçam deixar de suportar as comparticipações, porque a ADSE deixou de as reembolsar desde Agosto.Estão em dívida 18 milhões de euros.

Os funcionários públicos podem ter de pagar a totalidade das receitas na farmácia, sem comparticipação, já a partir de 10 de Novembro. As farmácias ameaçam deixar de assumir o custo das comparticipações do Estado, porque a ADSE deixou de as reembolsar desde Agosto. Estão em dívida 18 milhões de euros.

“Os beneficiários da ADSE terão de pagar o valor por inteiro, depois acertarão com a ADSE a forma como serão ressarcidas por esse montante. Nós não temos condições para continuar a dispensar a crédito quando a ADSE não só não paga, como não quer receber as receitas. Até 10 de Novembro, que é a data em que vence o próximo pagamento - são cem dias - parece-nos que é mais do que suficiente e necessário para que duas entidades públicas se entendem e definam entre si o mecanismo para fazer acerto de contas”, justifica Paulo Duarte, da Associação Nacional de Farmácias (ANF).

Em comunicado, o Ministério das Finanças garante que as farmácias vão receber o que lhes é devido pelos medicamentos vendidos aos funcionários do Estado, mas sublinha que as receitas vindas do serviço nacional são para enviar ao Ministério da Saúde, porque desde Agosto passou a haver separação de despesas. Contudo, à Renascença, Paulo Duarte diz que a lei não o permite.

A mesma nota diz que a ADSE só assume a comparticipação de medicamentos prescritos por médicos do sector privado, mas o representante da ANF diz que, na prática, não é isso que está a acontecer desde Setembro.

As farmácias alegam que estão já em dívida 18 milhões de euros. Por isso, a única solução é passar a cobrar os medicamentos por inteiro, a partir de 10 de Novembro.

2010-10--22