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Pela primeira vez, montante gastos pelos doentes com a doença baixou
26 de novembro de 2013 - 14h31
O consumo de medicamentos para a diabetes aumentou em 2012, mas o valor pago pelos utentes diminuiu pela primeira vez em dez anos, segundo o relatório do Observatório Nacional da Diabetes, hoje divulgado.
No ano passado, a venda de medicamentos para a diabetes teve um acréscimo quer em valor, ultrapassando os 200 milhões de euros, quer em número de embalagens vendidas, cerca de 9 milhões.
Como lembra o relatório, “o crescimento dos custos dos medicamentos da diabetes tem assumido uma especial preponderância e relevância face ao crescimento efetivo do consumo”, quantificado em número de embalagens vendidas: mais 63% nos últimos dez anos.
No entanto, em 2012, verificou-se um controlo dos custos com os medicamentos para a diabetes, tendo sido pela primeira vez verificada uma redução dos custos para os utentes.
Com efeito, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) tiveram encargos diretos de 17 milhões de euros com o consumo de anti-diabéticos orais e de insulinas, o que representa 8,1% dos custos do mercado de ambulatório com estes medicamentos no último ano.
Ainda assim, assistiu-se pela primeira vez na última década a uma diminuição do valor que os utentes têm que suportar com estes medicamentos, sendo que em 2011 os encargos diretos com estes medicamentos foram contabilizados em 18 milhões de euros.
Contrariamente ao aumento verificado no consumo de medicamentos, o mercado de tira-testes de glicemia em 2012 apresentou uma tendência de diminuição, com um valor global de vendas de 46 milhões de euros, bastante menos do que os 54 milhões registados em 2011.
Segundo o relatório anual do observatório, os custos com a diabetes continuam a aumentar, tendo representado em 2012 um custo direto estimado entre 1.250 e 1.500 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 50 milhões face ao ano anterior.
Por outro lado, considerando o custo médio das pessoas diabéticas, de acordo com os valores da Federação Internacional da Diabetes, em 2012 a doença em Portugal representou um custo de 1.977 milhões de euros, valores que representaram 1,2% do PIB português (1% em 2011) e 12% da despesa em saúde (10% em 2011).
Entre os aspetos positivos, o relatório aponta também a melhoria dos registos nos cuidados primários, com um aumento do número de pessoas seguidas por estas unidades.
No ano passado verificou-se que 82% do número de pessoas com diabetes inscritas nos cuidados de saúde primários têm uma consulta registada.
Comparando com 2011, verifica-se um aumento de 9,3% do número de utentes com diabetes registados na rede de cuidados de saúde primários, sendo que a taxa de prevalência da diabetes registada é superior nas Unidades de Saúde Familiares comparativamente às unidades de cuidados de saúde primários.
A prevalência da diabetes gestacional está a estabilizar, tendo abrangido 4,8% das parturientes que usaram o SNS em 2012, num total de 3.482 casos, valor semelhante ao registado no ano anterior.
O relatório revela ainda a existência de acentuadas assimetrias entre as cinco regiões de saúde em vários indicadores, o que exige “um estudo aprofundado das razões na base destas assimetrias”.
Lusa
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