“É uma terapia recente, com dois anos de aplicação na doença e que deixa os doentes mais calmos, fá-los refletir, trabalhando não apenas a parte psíquica como a parte física”, descreveu a presidente da ANEM, Lurdes Silva, explicando que o qicong vai ser um dos temas em análise no simpósio.

O terapeuta Luís Carvalho explicou que o qicong “trabalha fundamentalmente a parte da respiração e da energia”. Incide, “no caso da Esclerose Múltipla, nos meridianos do baço, estômago e do fígado”, ajudando o paciente a acalmar-se, relaxando a parte muscular.

“Permite-lhes também aumentar as capacidades de respiração dando-lhes uma sensação de liberdade de movimentos”, observou Luís Carvalho, que “uma vez por semana, em sessões de entre 45 minutos e uma hora", presta a terapia nas instalações da ANEM.

Organizado no âmbito do Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, o 12.º Simpósio da ANEM centra-se nos “Desafios do cuidador nas doenças neurológicas”.

A iniciativa abre com o tema “os cuidadores no acompanhamento do doente com esclerose múltipla”, que pretende “elucidar para o tipo de perguntas que estes devem fazer para perceber as nuances da doença”, disse Lurdes Silva.

“É importante para eles perceber o evoluir da doença, por que tem o doente uma fadiga constante, o desânimo que se instala e o tipo de cuidados que devem ter”, explicou a responsável da ANEM de uma doença que “prejudica também ao nível cognitivo” daí que, “muitas vezes, o doente não perceba o que o médico lhe está a dizer”, valendo-lhe o cuidador “nessa necessidade de perceção”.

Em complemento ao tema, acrescentou Lurdes Silva, “três cuidadores irão falar sobre os seus exemplos particulares”, num momento do seminário em que se pretende “tornar o diálogo com os presentes mais interativo e útil na partilha de conhecimentos”.

A questão financeira será um dos assuntos fortes no tema “O cuidador e os seus desafios”, revelando a presidente da ANEM que “os rendimentos pesam nas ajudas técnicas e no equipamento de suporte de que podem diferenciar os doentes”, desde logo o acesso a uma “cadeira elétrica ou um tipo de andarilho mais sofisticado”.

“Isso afeta a maior parte deles, num problema que os atinge também psicologicamente, por não aceitarem a doença, deixando-os com um feitio terrível e tornando alguns até, agressivos, porque acham que o mundo lhes caiu em cima”, descreveu.