21 de maio de 2014 - 11h33
A Administração Regional de Saúde do Algarve disse hoje já ter “tomado as diligências” necessárias para colmatar a falta de enfermeiros em Serviços de Urgência Básica e que vai “iniciar o mais brevemente possível o recrutamento” de 45 profissionais.
A posição da Administração Regional de Saúde (ARS) foi avançada à agência Lusa em resposta a uma notícia divulgada na segunda-feira e que dava conta da convocatória, por um grupo de cidadãos, de uma marcha de protesto em Loulé contra a falta de médicos, enfermeiros e administrativos no Serviço de Urgência Básica (SUB) da cidade.
Também o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses tinha denunciado que durante a noite de segunda para terça-feira o SUB de Loulé não iria ter enfermeiros a trabalhar, apesar de por lei estar estipulado um mínimo de três profissionais por turno.
Desde o início de maio que os enfermeiros têm vindo a apontar a falta daqueles profissionais para garantir o funcionamento regular nos SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira, situação que estaria a ser originada por um desentendimento entre a ARS do Algarve e o Centro Hospitalar Algarvio (CHA) sobre quem tem a responsabilidade na gestão dos SUB.
A ARS considerava que o CHA tem a responsabilidade de assegurar os profissionais para garantir o funcionamento dos SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira, à semelhança do que acontece no SUB de Lagos", mas a administração do Centro Hospitalar disse não ter ainda essa competência, porque não foi concretizada formalmente e não foram transferidas as verbas necessárias.
Perante a persistência da situação, o Movimento de Cidadãos em Defesa da Saúde de Loulé decidiu organizar uma marcha de protesto e um cordão humano para o dia 28 de maio, pelas 18:30, com início junto à Câmara Municipal e fim no Centro de Saúde de Loulé.
Na resposta escrita enviada hoje à agência Lusa, a ARS do Algarve referiu que está “ciente da falta de recursos humanos na área de enfermagem” e assegurou ter tomado “as diligências necessárias, no início deste ano, com vista ao aumento do quadro de enfermagem do CHA”.
A ARS já obteve, segundo a mesma fonte, “a autorização do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado do Tesouro para a celebração de contrato de mais 45 enfermeiros para o Centro Hospitalar do Algarve”, medida que visa, segundo o organismo, “assegurar o normal funcionamento dos serviços daquela Unidade Hospitalar, designadamente, nas unidades de Faro, de Portimão e de Loulé”.
“O processo de recrutamento será iniciado o mais breve possível”, acrescentou a ARS, sem concretizar prazos.
Fonte do movimento de cidadãos que convocou o protesto em Loulé disse à Lusa, na segunda-feira, que as suas reivindicações passam pelo recrutamento dos profissionais necessários para garantir o atendimento adequado dos utentes e acautelar que não existam faltas de material.
Por Lusa