O volume do rio caiu mais de 19% durante a seca que afetou a região desde 2000 e a escassez de chuva e neve pode explicar cerca de dois terços deste declínio, segundo os investigadores em hidrologia Brad Udall, da Universidade estadual do Colorado, e Jonathan Overpeck, da Universidade do Arizona.

Em estudo publicado na semana passada na revista Water Resources Research, concluíram que o resto do declínio deve-se às pelas alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global, que está a reduzir a humidade da bacia aquífera do Colorado: cursos de água, bancos de neve, plantas e solo, através da evaporação e outras formas.

As suas projeções podem representar grandes problemas para as cidades e os agricultores nesta bacia, que se espalha por sete Estados norte-americanos, chegando mesmo ao México. Por outro lado, estima-se que o aquecimento global e as alterações climáticas provoquem milhões de mortes anuais ao aumentarem a incidência de vários tipos de doenças respiratórias.

O rio abastece de água cerca de 40 milhões de pessoas e quintas em mais de 16 mil quilómetros quadrados. “Ao fim de quinze anos dentro do século XXI, a realidade emergente é a de as alterações climáticas estarem a esgotar as reservas de água do Rio Colorado no extremo superior do intervalo de projeções anteriormente divulgadas”, escreveram os cientistas.

Para o seu estudo, Udall e Overpeck analisaram a temperatura, a precipitação e o volume de água na bacia, entre 2000 e 2014, e compararam com registos históricos, incluindo os da seca ocorrida entre 1953 e 1967. Os registos da temperatura e da precipitação datam de 1896 e os do caudal de rio remontam a 1906.