Menos de um terço dos portugueses que sofre um enfarte liga o 112,
com os restantes a dirigirem-se pelos próprios meios ao hospital, sendo
que mais de metade destes entra em unidades inadequadas à situação.
Segundo
dados da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), só
29% das pessoas que sofrem um enfarte ligou o 112, que é a forma mais
correta de proceder, uma vez que doente é encaminhado para a unidade de
saúde especializada.
O presidente da APIC, o cardiologista Hélder
Pereira, admite que a forma de entrada destes doentes nas unidades de
saúde tem de ser melhorada em Portugal, numa altura em que a rede
hospitalar “está a funcionar muito bem”.
“A atitude correta é
pedir ajuda ao 112, que consegue levar imediatamente a pessoa para um
centro especializado a tratar o enfarte agudo do miocárdio”, apela o
médico.
Num enfarte agudo do miocárdio cada minuto conta e por
cada meia hora que se perde a mortalidade relativa hospitalar aumenta
10%.
Hélder Pereira refere ainda que o Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM) está a funcionar de forma muito eficaz nos
casos de enfarte, ligando diretamente para o cardiologista que faz a
intervenção especializada (angioplastia) e transmitindo de imediato o
eletrocardiograma.
“O que queremos é melhorar a forma como os
portugueses atuam e conseguir que entrem diretamente nos hospitais
especializados e que oferecem a melhor terapêutica atual, que é a
angioplastia primária”, indica o presidente da APIC.
Dos doentes
que não ligam para o 112, mais de metade (56%) dirige-se a um hospital
que não é especializado e acaba por ter de ser transferido.
“Chamamos
atenção da população, no caso de enfarte, de como se deve dirigir para
os centros de tratamento: a atitude mais certa é ligar o 112”, insiste o
cardiologista, lembrando que os sintomas passam por dor no peito,
descrita por vezes como pressão ou aperto, que pode ser acompanhada de
náuseas e/ou vómitos.
Lusa
2012-08-8
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