Enquanto “associação de defesa dos utentes da saúde”, a Liga entende que “não pode, nem deve ficar indiferente a mais uma polémica no setor da saúde em Viseu”.
Em comunicado, refere que, a 31 de julho de 2015, foram publicados avisos de abertura das candidaturas, “por um prazo de 30 dias a contar do dia imediato à publicação”, ou seja, “as candidaturas teriam que ser enviadas até ao dia 14 de setembro”.
Segundo a LAVCHTV, os serviços de cirurgia e as suas equipas, “apesar do período de férias, rapidamente se mobilizaram para conseguir, em tempo útil, elaborar o documento de candidatura”, por ser “evidente que em Viseu existem profissionais da mais alta qualidade e com provas dadas, equipamentos, equipas multidisciplinares e trabalho efetivamente realizado nas áreas oncológicas, com resultados bem visíveis”.
“O número de casos referenciados e orientados numa das patologias oncológicas em apreço ultrapassa mais de seis dezenas de episódios, número em todo similar ao que se verifica noutras instituições congéneres como o CHUC (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra)”, sublinha.
Por isso, “os profissionais dos serviços de cirurgia sentem-se absolutamente frustrados por terem tido conhecimento, tal como a LAVCHTV, através da comunicação social, de que Viseu não se incluía em qualquer patologia como centro de referência”, refere.
A Liga explica que “não se trata da colocação de uma simples placa no hall de entrada do hospital, mas sim da credibilização dos serviços e dos seus profissionais e de uma séria e gratificante garantia de qualidade no serviço prestado às populações”.
“A qualidade existe, tem é que ser garantida e certificada. Isto para além do facto de os centros de referência passarem também a ser financiados, pelo seu estatuto”, acrescenta.
No seu entender, deve ser esclarecido se “a candidatura de Viseu foi ou não avaliada ou terá sido pura e simplesmente excluída por incumprimento da data limite”.
“Não podemos admitir que, por um eventual qualquer erro gestionário, se castiguem de forma severa quer os profissionais, quer as populações”, acrescenta.
A LAVCHTV questiona “até que ponto não se estará a por em causa o centro oncológico para Viseu” e “a quem é que esta situação pode servir ou interessar”.
“Decerto que não servirá às populações incluídas na área de ação do Centro Hospitalar Tondela Viseu”, considera.
Na segunda-feira, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, Ermida Rebelo, admitiu à agência Lusa, após críticas públicas do PS de Viseu, que a candidatura foi despachada no dia seguinte à data limite, embora só tenha dado conta do atraso quando foi notificado por tal.
"Esclareço que a candidatura foi trabalhada por uma equipa do hospital, sem recurso a empresa externa, com todo o cuidado para que fosse credível e sem esquecer que os utentes estão em primeiro lugar, mesmo numa altura em que há alguns condicionamentos por férias. Na altura, fiz uma exposição para que a candidatura fosse reconsiderada, mas não houve deferimento", justificou.
Ermida Rebelo referiu ainda que recentemente "houve uma nova janela de oportunidade, em que poderia haver nova fase de candidatura".
"Estamos a aguardar. Sabemos que nem todas as candidaturas foram aceites, pelo que esperamos que haja uma apreciação pelo mérito e não pela forma", sustentou.
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