A Food and Drug Administration, a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, acaba de aprovar a utilização do aducanumab no tratamento da doença de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa de causa desconhecida, em que a acumulação de substâncias tóxicas no cérebro leva à morte progressiva das células neuronais.
O novo fármaco, desenvolvido pelo fabricante norte-americano Biogen, tem como alvo a causa subjacente do Alzheimer, a forma mais comum de demência, ao invés dos seus sintomas. Assim, o aducanumab atua sobre a proteína amiloide, uma substância responsável pela formação de placas anormais - chamadas beta-amiloides (também conhecidas como a-beta) - no cérebro de pessoas com Alzheimer.
A formação dessas placas danifica as células neuronais e desencadeia demência, perda de memória, confusão mental e dificuldades de comunicação.
Testes envolveram milhares de doentes
Em março de 2019, os testes internacionais do aducanumab, que envolveram cerca de 3.000 pacientes, foram interrompidos quando a análise mostrou que o fármaco não era mais eficaz que o placebo a combater a deterioração da memória.
No entanto, ainda em 2019, o fabricante analisou mais dados e concluiu que doses mais altas daquele princípio ativo diminuíam significativamente o declínio cognitivo em doentes com Alzheimer.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deverá pronunciar-se sobre o medicamento até ao final do ano. Se for aprovado pela EMA, o aducanumab tornar-se-á o primeiro medicamento capaz de abrandar o processo degenerativo da doença de Alzheimer a poder ser usado na União Europeia.
Prevalência deverá aumentar
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos.
A doença de Alzheimer é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma Doença Crónica Não-Transmissível.
A OMS estima que em todo o mundo existam 47,5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75,6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135,5 milhões.
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