O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) emitiu um comunicado a negar as informações que têm vindo a público sobre a “existência de um surto de tuberculose na unidade de Portimão” e que “associam o risco dos trabalhadores ao encerramento de um quarto de pressão negativa, supostamente existente anteriormente no Serviço de Urgência do mencionado hospital”.

“Tal notícia é falsa e caluniosa, tendo origem em reiteradas afirmações que, por ignorância ou má-fé, têm sido proferidas por um responsável local do SEP [Sindicato dos Enfermeiros Portugueses], o enfermeiro Nuno Manjua”, garantiu a administração do centro hospitalar, numa referência ao coordenador da estrutura sindical no Algarve.

O CHA assegurou ainda que “não existe nem nunca existiu qualquer quarto de pressão negativa na unidade hospitalar de Portimão” e indicou que “possui três quartos de pressão negativa adequados ao internamento de doentes com patologia respiratória em fase contagiosa, todos na unidade de Faro”.

A mesma fonte frisou que no Serviço de Urgência da unidade de Portimão “existia um quarto sem quaisquer condições, sem qualquer mecanismo de pressão negativa”, uma vez que “a intenção da anterior administração para transformar” essa área e lhe dar as referidas condições “nunca foi concretizada”.

“Por absoluta falta de condições, nomeadamente perigoso afastamento do núcleo central do Serviço de Urgência, nunca ou muito raramente este espaço terá servido para internamento de doentes, funcionando, na prática, como armazém de material clínico. Foi este espaço, inadequado à prática de medicina de qualidade, que a atual administração transformou numa excelente sala de triagem de enfermagem”, referiu o CHA.

A administração do Centro Hospitalar, presidida por Pedro Nunes, considerou que “estes factos têm obrigatoriamente de ser do conhecimento do sindicato” e que “a deturpação sistemática e voluntária que o referido responsável sindical tem protagonizado só se pode entender como uma forma eticamente inqualificável de obter resultados políticos através do alarmismo e da mentira”.

“Neste contexto, ao tempo em que perentoriamente se desmistificam as informações veiculadas, espera-se da direção do sindicato dos enfermeiros um formal pedido de desculpa”, exigiu a administração do CHA.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, já tinha negado a existência de um surto de tuberculose no Hospital de Portimão, sublinhando que apenas foram detetados dois casos em enfermeiros do serviço de urgência daquela unidade hospitalar.

“Há dois casos de tuberculose, um dos quais foi detetado num rastreio que foi feito. O que nos preocupa, obviamente, é que não haja casos adicionais e que estejam a ser devidamente tratados”, disse.

Paulo Macedo afirmou ainda, à margem da cerimónia de reinauguração do serviço de cirurgia da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), que “o rastreio foi feito e as pessoas estão a ser tratadas”.