O centro de recolha está instalado num tenda, junto à entrada principal do Estádio Algarve, funcionando em modelo ‘drive thru’, ou seja, os cidadãos não necessitam de sair do automóvel para realizar a colheita, sendo o atendimento efetuado através da janela da viatura.

As colheitas serão depois analisadas no Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve, situado frente ao estádio, e a resposta obtida “em oito horas”, explicou em conferência de imprensa o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado.

“Não é um centro de rastreios que esteja aberto a qualquer pessoa que queira fazer um teste, é para fazer análises a casos suspeitos já identificados” afirmou à Lusa Paulo Morgado, à margem da apresentação pública do centro.

Aquele responsável sublinhou que só agora é que a estrutura foi montada porque “é algo que demora a implementar e porque é agora a altura para o fazer”.

Paulo Morgado frisou que o centro pretende “desviar as pessoas com sintomas ligeiros do hospital” e que a linha de apoio ao médico – responsável pela “validação dos casos suspeitos” – continuará a fazer o encaminhamento dos casos que apresentem “maior gravidade e necessidade de internamento hospitalar”.

Acrescentou ainda que o Hospital de Faro “não vai deixar de fazer os testes”, mas que conta com a possibilidade de encaminhar “quem considerar necessário” para o centro agora instalado.

Segundo aquele responsável, no Algarve, há capacidade para realizar “300 testes diários” à COVID-19. No entanto, a ARS está a procurar “aumentar esse volume com parcerias com a universidade e instituições privadas”.´

Até às 17:30, o centro ainda não tinha recebido nenhum caso suspeito, constatou a Lusa no local.

Antes do local da colheita estão montados dois pontos de controlo, com a identificação a ser feita pelas autoridades “sem abertura do vidro” sendo que “a pessoa apenas baixa o vidro na altura da colheita”, frisou.

O centro de rastreio para despistagem da COVID-19 vai funcionar das 09:00 às 21:00 e “vão ser contratados mais funcionários para garantir o funcionamento 24 horas”, caso venha a ser necessário, assegurou.

Questionado pelos jornalistas, Paulo Morgado reafirmou que a quarentena obrigatória declarada a quem chega à região está a ser “devidamente comunicada” aos visitantes – já que os casos no Algarve “são importados” – e que a aplicação desta medida fica “na consciência de cada um”.

“No Algarve tem havido poucos casos por dia, mas no futuro haverá mais, estamos a preparar-nos para isso. As medidas tomadas, nomeadamente, o distanciamento social, são essenciais para que não haja transmissão”, reforçou.

Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da COVID-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, das quais 35 no Algarve, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com os dados da DGS, há mais 320 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença COVID-19, do que no sábado.

Das 1.600 pessoas infetadas, a grande maioria (1.431) está a recuperar em casa, 169 estão internados, 41 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos, mais seis do que no sábado.