Não te preocupes que vai ficar tudo bem - Este tipo de dicas e conselhos são totalmente evitáveis. Ninguém tem consciência do estado de saúde de outrem, muito menos do futuro. Esse tipo de observações, ainda que revelem compaixão, podem ferir suscetibilidades.

Já te começou a cair cabelo? - Começar um tratamento de quimioterapia implica, muitas vezes, mudanças externas. Perguntar a um doente pelos sintomas da doença e efeitos secundários dos tratamentos pode ser muito desagradável.

"Coitadinho" - "Foi a pior coisa que te podia acontecer". "Só te faltava esta". O cancro é uma doença grave e algumas vezes mortal. Pense bem e meça as suas palavras antes de as dizer.

Perguntas desadequadas - E agora o cancro está onde? Metastizou para que órgãos? Há quantos anos vives com isso? Curiosidade a mais só prejudica, porque mais uma vez recorda a pessoa doente do processo difícil pelo qual está a passar. Fazer perguntas sobre a doença é totalmente desaconselhado. Espere que seja a própria pessoa a falar sobre o que quiser contar.

Se eu fosse a ti faria assim... - Este tipo de conselhos são totalmente dispensáveis. Os médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde existem para ajudar da melhor maneira os doentes a ultrapassar as doenças. Ninguém sabe como reagiria no caso de ter uma doença como o cancro.

Eu li na Internet que... - Na Internet escreve-se tudo sobre tudo. Muitas coisas são simples inverdades, mitos ou então desinformação pura. Evite alarmismos ou conselhos com base na informação que recolheu online.

Hoje o cancro já não é o que era - Relativizar ou desvalorizar a doença não é, de todo, uma boa forma de lidar com alguém doente. Só quem passa pela doença sabe a dureza da mesma.

O meu amigo sobreviveu e viveu muito anos - Cada caso é um caso e comparar pessoas ou situações não é aconselhável. Existem centenas de tipos de tumores, todos eles diferentes e com efeitos díspares nos seus portadores.

Se precisares de ajuda, diz - Se quer ajudar, ajude. Não pergunte. Faça as compras pela pessoa doente, resolva as suas burocracias, vá buscar o filho à escola... Toda a ajuda pode ser bem-vinda, mas questionar o doente sobre a mesma pode levá-lo a rejeitá-la por cerimónia ou receio de se tornar um peso acrescido.

Tens que aceitar a doença - A relação do doente com a doença é pessoal. Obrigar um doente a aceitar a doença pode ter um efeito altamente perverso.

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