Com o passar dos anos, a ortodontia tem evoluído significativamente, deixando cada vez mais os aparelhos ortodônticos de estar associados apenas a problemas relacionados com o alinhamento dos dentes. Atualmente, além do seu papel fundamental para corrigir a posição dos maxilares, os aparelhos podem também, por exemplo ajudar a recuperar a eficiência mastigatória, bem como podem ser um complemento a outros procedimentos e tratamentos dentários.
Com um tempo médio de utilização de dois anos, existem diferentes tipos de aparelho: o aparelho removível, que por norma é utilizado em crianças na fase de crescimento até aos 12 anos e que atua no desenvolvimento ósseo dos pacientes. O aparelho ortodôntico fixo, o mais convencional que por norma é recomendado a adolescentes e adultos, consistindo na colocação de brackets que se colam nos dentes e aos quais é aplicado um arco de arame. O aparelho autoligado, um aparelho que tem por base materiais transparentes, de forma a ser o menos percetível possível, e que substitui os elásticos que fixam cada peça ao fio metálico, sendo desta forma mais discreto e menos doloroso. Por fim, os aparelhos invisíveis, a opção mais recente em termos de aparelhos ortodônticos e que consiste no uso de moldeiras transparentes que, ao encaixarem nos dentes, fazem a pressão necessária para que estes fiquem na posição correta.
Cada caso é um caso e, consoante as necessidades de cada paciente, podem ser sugeridos diferentes tipos de aparelho. Nesse sentido e para corresponder às expectativas de ambas as partes, deve ser avaliar-se previamente qual o tipo de tratamento mais eficaz, de forma a causar o mínimo de desconforto aos pacientes e resultados mais rápidos.
Contudo, o sucesso destes tratamentos não depende apenas dos médicos dentistas, mas também dos hábitos e rotinas dos pacientes. Neste sentido, existem alguns alimentos que devem ser evitados, como alimentos mal cozinhados, frutas rijas e refrigerantes gaseificados, uma vez que podem não só prejudicar a estrutura do aparelho, como comprometer a eficácia do tratamento. Após as principais refeições, é recomendado que os pacientes escovem sempre os dentes, utilizando pasta fluoretada e uma escova ortodôntica, como forma de evitar a retenção de placa bacteriana.
É também importante salientar que os tratamentos ortodônticos não terminam após a retirada do aparelho dentário. É altamente aconselhável que os pacientes utilizem a contenção removível, consoante a indicação do seu médico dentista. Os dentes têm memória e a tendência é que regressem ao seu local inicial e, desta forma, será possível prevenir o processo volte ao inicio.
Tradicionalmente, a utilização de aparelho é muito associada à aparência e autoestima. No entanto, hoje em dia, compreende-se que o papel de um aparelho ortodôntico vai além da estética dos dentes e que pode mesmo ajudar a prevenir outras condições. Problemas na respiração, fala, mastigação, dores de cabeça, dores de pescoço, entre outras, podem estar a ser agravados devido a má oclusão e com a evolução da ortodontia conseguimos compreender que os aparelhos têm um papel fundamental na saúde oral.
Um artigo de Joana Henriques, Médica Dentista na MALO CLINIC Lisboa.
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