
Com a chegada do verão, muitas pessoas relatam uma melhoria nas suas dores de costas. Esta perceção está frequentemente associada a alterações no estilo de vida e ao impacto do clima mais quente no corpo. Dores musculares provocadas por contraturas relacionadas com o stress, nomeadamente laboral, o frio ou posturas prolongadas tendem a aliviar nos meses mais quentes.
O calor promove algum relaxamento muscular, melhora a circulação sanguínea e pode contribuir para uma maior liberdade de movimentos. Além disso, nas férias, a prática de exercício moderado, os passeios ao ar livre, melhoria da qualidade do sono e a redução do stress, são fatores que também contribuem para essa melhoria.
No entanto, nem todas as dores de costas melhoram com o verão. Dores associadas a alterações estruturais, como hérnias discais, artroses da coluna ou inflamações nas articulações (como nos síndromes facetários), geralmente não apresentam melhorias significativas com o calor.
Nestes casos, a dor resulta de alterações da anatomia, processos inflamatórios ou compressões nervosas que requerem avaliação médica e tratamentos dirigidos, como fisioterapia, medicação anti-inflamatória, técnicas de reabilitação específicas ou mesmo procedimentos cirúrgicos.
Assim, é importante perceber que nem todas as dores de costas são iguais. Enquanto algumas podem beneficiar durante o verão e as férias, ou com a adoção de hábitos saudáveis como a melhoria postural, a prática de exercício adaptado e o controlo do stress, outras necessitam de atenção clínica e estratégias terapêuticas individualizadas.
O essencial é escutar o corpo e procurar orientação médica sempre que a dor persista ou limite a qualidade de vida.
Um artigo de Germano Cardoso, anestesiologista, especialista no tratamento da dor na Paincare.
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