"Normalmente, quando me dirijo a um estabelecimento de restauração, se for sozinho, pergunto à pessoa que me está a atender que me diga o que tem", disse Jorge Leite, dirigente nacional da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).

Jorge Leite diz ainda que esta possibilidade permite “diminuir as desigualdades: Agora, nestes restaurantes que já têm as ementas em Braille, já terei uma autonomia e uma maior independência que me possibilita ler o menu e saber o que tenho à minha disposição e quanto me custará".

Com a supervisão da ACAPO, a adaptação das ementas foi realizada no sentido de "dar um passo importante" para que "as pessoas saibam que por todas as razões vale a pena comer a Matosinhos", disse Rui Sousa Dias, presidente da Associação de Restaurantes (ARM).

Todos os restaurantes aderentes à iniciativa suportaram os custos da tradução das suas ementas, "que não é muito alto", adiantou o representante da ARM, mas que "vale a pena porque proporciona um maior conforto" aos clientes portadores de deficiências visuais que visitam os restaurantes de peixe e marisco da cidade.

"Se isto servir de exemplo para outros concelhos, também ficamos satisfeitos", garantiu Rui Sousa Dias, adiantando ainda que "num futuro próximo, o número de restaurantes com as ementas em Braille irá aproximar-se dos 50 associados", porque "não há razão nenhuma para não ter este serviço."

Esta é uma iniciativa que a ACAPO "saúda e felicita", segundo o dirigente nacional Jorge Leite, que lamenta que ideias como esta surjam apenas nos dias internacionais do Braille, quando "deveriam surgir ao longo de todo o ano."