"Estamos com uma média mais baixa devido a fenómenos climáticos que afetaram várias regiões do mundo", comentou Jean-Marie Aurand, diretor-geral da OIV, numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira em Paris.

Devido ao furacão El Niño e ao consequente aumento da humidade, os três principais países produtores da América Latina registaram uma "drástica redução" na produção.

A Argentina, que é o nono produtor mundial, sofreu o maior retrocesso em termos de volume (-3,9 milhões de hectolitros) para somar aos 9,4 milhões de hectolitros (Mhl). No Chile, em oitavo lugar, a produção caiu 2,7 Mhl, a 10,1 Mhl.

A produção do Brasil caiu 55% a 1,6 Mhl.

As primeiras estimativas da colheita de 2017 no hemisfério sul são positivas.

"Produções geralmente em alta em relação a 2016, exceto para a Austrália e a Nova Zelândia, países que preveem uma produção em grande medida equivalente à do ano anterior", informou a organização.

Cresce o consumo mundial

Em volume, o maior retrocesso foi em França (-3,5 Mhl), considerado o segundo produtor do mundo.

No entanto, a África do Sul sofreu o efeito contrário e devido à seca  a produção caiu 6%.

Mundialmente, a superfície vitivinícola estabilizou nos 7,5 milhões de hectares.

Cinco países representam mais de 50% da superfície dedicada à vinha: Espanha, China, França, Itália e Turquia.

No entanto, a evolução é desigual entre os países. Na China, a superfície vitivinícola cresceu 17 mil hectares, enquanto que na Turquia a vinha recuou na mesma quantidade.

Por sua vez, o consumo mundial de vinho registou um pequeno aumento em 2016, chegando aos 242 milhões de hectolitros, embora continue a ser inferior aos níveis anteriores à crise financeira de 2007.

"Em 2016, o comércio mundial de vinho sofreu uma diminuição em volume de 1,2 % (104 Mhl), mas continuam a aumentar em valor, até chegar a 29 mil milhões de euros (+2% em relação a 2015)", informou a OIV.

"A significativa diminuição na Hungria, na Argentina e na Romênia foi compensada por um aumento no consumo nos Estados Unidos, na China e na Itália. O consumo em França e Espanha permanece estável", disse o organismo.

Segundo as estatísticas, Portugal é o maior consumidor do mundo, com 54 litros por pessoa em 2015, seguido por França, com 51,8, e Itália, com 41,5.

Em volume, os principais exportadores são Espanha, Itália e França, embora em termos económicos a lista seja liderada pela França, seguida da Itália e da Espanha.