“Todos já sentimos, numa viagem, a sensação de não conhecer verdadeiramente o lugar. As cidades mais visitadas estão tão inundadas de turistas que é cada vez mais difícil comer tradicional e conhecer a população local e a sua cultura”. Gonçalo Sampaio e Jorge Santos olharam para esta realidade e pensaram um caminho capaz de contrariar esta tendência de afastamento da essência dos lugares. “Há uma solução para viajantes que não se conformam com esta forma massificada de viajar”, sublinham os dois empreendedores, que encontraram a resposta numa app, a Paladar, e um propósito para esta: “com a utilização desta aplicação nunca foi tão fácil conhecer a população local”.
A ideia fermentava há algum tempo no espírito de Gonçalo: “durante um Interrail na Europa, o pouco dinheiro que levava significou uma dieta pouco diversificada. Ao décimo dia, saturado, num comboio à hora do jantar, ocorreu-me uma ideia que me permitisse comer de forma barata, com qualidade e variedade, em alternativa ao fast food e juntar-lhe uma experiência de turismo mais autêntica”.
A experiência que Gonçalo almejou, tomou forma na Paladar, uma ponte entre o visitante e a população local através de um dos traços que mais une as pessoas, a cozinha: “não há melhor forma de conhecer uma cultura do que entrar pela sua casa e sentarmo-nos à mesa com ela”, afirmam os dois empreendedores na apresentação que fazem da Paladar.
Como funciona esta aplicação? Na prática trata-se de uma rede de partilha de refeições em casas particulares (designadas na aplicação por “paladares”), entre aqueles que têm disponibilidade para serem anfitriões e os turistas que procuram uma experiência que os aproxime da cultura que visitam.
De acordo com os promotores, a Paladar “foi pensada para dar total liberdade ao anfitrião para aceitar quando e quem quiser receber em sua casa. O pedido estará sempre sujeito a aceitação por parte do host”.
Desta forma, Gonçalo e Jorge (que, entretanto, se juntou ao projeto) aconselham que o utilizador “faça pedidos a vários 'paladares', sendo que o primeiro que o aceitar como convidado será automaticamente reservado e os outros eliminados”.
Todos quantos descarregarem a aplicação podem ter acesso a esta sem criarem uma conta. Porém, terão de o fazer se quiserem utilizar todas as funcionalidades. Acresce que todos os utilizadores que descarregarem a aplicação têm a possibilidade de se inscreverem como anfitriões, selecionando essa opção no seu perfil.
A partir do momento em que efetua o seu registo, o utilizador passa a visualizar todos os “paladares” disponíveis numa lista, ordenada por distância face à sua localização atual (com diferentes filtros de pesquisa por cidade/zonas/bairros). “O pedido por parte do utilizador não garante a reserva automática do ‘paladar’, estando sempre sujeitos a aceitação por parte do anfitrião. Assim, é aconselhado que se faça mais do que um pedido, para aumentar as hipóteses de garantir uma refeição”, lemos na apresentação da Paladar, aplicação que nos permite diferentes métodos de pagamento.
A app atribui certificados aos anfitriões de acordo com determinados pressupostos, nomeadamente o “Certificado Paladar”, para todos os que cumprirem uma lista de requisitos de higiene e qualidade; o “Crachá Vegetariano ou Vegan”, ou o “Crachá Étnico”.
Acresce que o utilizador recebe informação sobre o nome do “Paladar”, fotografias da casa do anfitrião, comida por ele preparada, número máximo de lugares, entre outros itens.
Caso a experiência agrade ao utilizador, este pode enviar um “cartão presente” a um amigo, tendo para o efeito três valores pré-determinados de oferta.
Para Gonçalo e Jorge a sua nova Paladar quer dar a oportunidade ao anfitrião e visitante de estreitar laços, aproximar culturas e fazer da experiência da viagem, mesmo quando em destinos massificados, um cara a cara entre pessoas de diferentes geografias. Uma app desenhada para “pessoas que têm o hábito de viajar, aventureiros que valorizam experiências autênticas, que querem descobrir novas culturas, conhecer pessoas e aumentar a sua rede de contactos”.
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