Vestida a rigor – com bata, touca, máscara e protetor de pés – entrei nas instalações da Fábrica Nortejo pronta a descobrir todos os seus segredos. Foi através do senhor Dimas, que assegura o negócio familiar juntamente com o seu irmão Celso, que embarquei numa viagem pelos bastidores do doce mais famoso de Portugal.
Nestas instalações, apesar de as máquinas terem tomado, progressivamente, conta do espaço, são as pessoas que, indispensáveis, tomam conta das máquinas. Tudo neste lugar é controlado com extrema cautela, e a automatização e maquinaria foram pensadas e desenhadas para as instalações de forma a facilitar o trabalho da mão de obra, sem a substituir.
Tudo começa com a pesagem da farinha, açúcar, sal e manteiga que passam logo em seguida para o processo de amassadura, onde é introduzida a água e a mistura é amassada durante 10 minutos.
“Esta fase é um processo lento, uma vez que a massa tem de ser amassada sempre em primeira velocidade”, conta o Sr. Dimas. “Este processo é agora feito à máquina, mas é igual a como se fazia antigamente, só que à mão”, acrescenta.
Após ser amassada, a massa é pesada e dividida, colocada na prensa, esticada e de seguida misturada com a margarina, essencial para a textura folhada do pastel.
Após a massa conter a margarina, o processo volta a ser repetido, ou seja, a massa regressa à prensa e de seguida é esticada e enrolada, com o auxílio da maquinaria.
Findo o processo e após a massa repousar, é colocada numa máquina que irá garantir que esta é esticada de forma uniforme, sempre com a mesma espessura. De seguida, a mesma máquina corta a massa em três partes iguais que serão enroladas manualmente e, posteriormente, cortadas em rolos individuais.
Deixemos agora a massa a repousar e passemos para aquele que é o maior deleite dos apreciadores do Pastel de Nata – o recheio.
A magia acontece na pasteurizadora, onde, à mistura do leite e das natas, são acrescentados o açúcar, gemas e a farinha, quando a máquina atinge a temperatura ideal.
Regressando à massa, esta passará agora por um processo de corte através de uma máquina ultrassónica, de onde resultará a massa individual de cada Pastel de Nata.
Segue-se a moldagem, um processo que exigia um violento esforço físico e que foi agora automatizado. A massa é uniformemente moldada nas formas que são, em seguida, transportadas para a câmara de congelados.
Findo o processo de congelação e estando o recheio pronto a sair da pasteurizadora, segue-se o enchimento, um procedimento todo ele ainda executado manualmente.
Uma vez enchidas todas as formas, os Pastéis de Nata são congelados de modo a garantir duas coisas essenciais: que as bactérias resistentes ao calor não sobrevivem ao processo de congelação e que, uma vez congeladas, conseguem ser transportadas para distâncias maiores, incluindo para o estrangeiro.
E na reta final desta viagem, deve estar a perguntar-se para onde seguirão estes Pastéis de Nata…
Em média, a Nortejo produz cerca de 150 mil unidades, por mês, com uma receita única exclusivamente comercializada pela NATA Lisboa, uma marca com mais de 10 anos que conta com 25 lojas espalhadas pelo país e sete no estrangeiro: Estetino, Peterborough, Viena, Bilbau, Istambul, Luanda e Talatona.
Ao chegarem às instalações da NATA Lisboa, os Pastéis são cozidos na hora para garantir que o produto chegua ao cliente quente, estaladiço e com o aroma característico da marca.
O SAPO Lifestyle esteve na Fábrica Nortejo a convite da NATA Lisboa.
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