Depois de se ter lançado no mundo dos vinhos, em 2003, a Casa Relvas, cuja ligação à agricultura existe há cinco gerações, decidiu apostar no azeite e no olivoturismo para diversificar a sua cultura.
“Portugal é exemplo de produção de olival”, afirma o filho homónimo do fundador da empresa, Alexandre Relvas, que, em conjunto com o irmão António, dão continuidade ao sonho do pai.
Com 300 hectares de olival atualmente, a Casa prevê plantar mais 250 em 2025. "Acreditamos na ciência e guiamo-nos por esta", explica António. "Estamos numa altura em que nós agricultores temos a responsabilidade de deixar os solos melhor do que os encontramos", acrescenta, explicando que procuram ao máximo ser eficientes e o mais sustentáveis possíveis, recorrendo para tal a tecnologia. "Quem diz tecnologia, diz satélites, sondas de humidades, rega de precisão e adubações de precisão", enumera.
"É esse conjunto de ferramentas que nós tentamos implementar para fazer o melhor possível, que é para daqui a 200 anos podermos ver aqui um olival ou outra cultura qualquer que, na altura, seja necessária nestas terras e que elas estejam tão bem ou melhores do que agora", finaliza.
Sobre os processos de produção e medidas de sustentabilidade, os curiosos podem ver in loco, visto que a Casa Relvas promove visitas ao seu lagar de azeite, em Vidigueira, que foi construído em 2022. Estas podem ser simples (12€), incluir uma prova técnica de três azeites (20€ ou 28€ com tapas) ou uma prova gastronómica de azeites (40€).
O programa de olivoturismo encontra-se disponível todo o ano, sendo também possível conjugar com uma prova de vinhos e um almoço que pode ser no Lagar – cuja sala de refeições oferece vista para o olival – ou ao ar livre na vinha do Monte do Poço (preço sob consulta).
“O azeite é o único produto que obriga a uma análise sensorial”, comenta Henrique Herculano, diretor executivo do lagar. “Se falarmos de vinhos, queijos ou de enchidos, o que quer que seja, não têm de ser submetidos a um painel de provadores para dizer que estão ok e podem ser consumidos. O azeite sim”, recorda. “Se isto, por um lado, é uma limitação no sector, por outro, aumenta o nível de exigência, não é?”, questiona.
“Aumentámos muito os requisitos do produto final. Por outro lado, tem sido uma enorme vantagem competitiva na medida em que, quando comprarem uma garrafa de azeite, que esteja legalmente no mercado, sabem que foi validado”, observa.
Prova de azeite, porque não?
“Em termos sensoriais, o azeite é tão rico como o vinho”, partilha Henrique Herculano. “Como sumo de fruta – a azeitona é um fruto –, oferece-nos sensações vegetais diversíssimas”.
De acordo com Henrique, o azeite pode transmitir-nos “sensações de maçã, de amêndoa, de baunilha, de erva, de tomate, etc. Conseguimos sentir tudo isto.”
Para saborear em casa
A marca conta já com três referências no mercado: o Segredo de São Miguel, o Art. Terra e o Casa Relvas, que chega agora ao mercado.
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