Quando pensou abrir um café de inspiração e com produtos originários da Bélgica o nome Café Belga ficou de imediato fechado para Miguel Avelar. Arquiteto vocacionado para a área de restauro e recuperação de património edificado, viu-se engolido pela crise e decidiu trazer para a Mouraria, em Lisboa, a característica que mais aprecia na Bélgica, da qual também ele é oriundo: a vivência dos cafés, que “nada tem a ver com outros conceitos de bares, pubs ou restaurantes”, diz.
“Um café belga é um espaço onde a comida é muito boa, se bebe lindamente, e o ambiente é extraordinário para o encontro de amigos e, sobretudo, para conhecer novas pessoas. Julgo que esta é mesmo uma das características culturais mais interessantes da Bélgica”, explica Miguel. Também por isso decidiu trazer o conceito para a Mouraria onde residentes e turistas convivem diariamente e promovem um contacto social e cultural muito tradicional.
Em termos gastronómicos, o Café Belga surge agregado à figura de café, por isso, o menu é curto, dinâmico e variável. A grande maioria dos produtos é importada da Bélgica e o que é adquirido em Portugal é selecionado de forma escrupulosa para assegurar a qualidade. Todas as receitas foram desenvolvidas por uma tia belga de Miguel que, embora resida em Bali, na Indonésia, faz chegar ao sobrinho os segredos desta cozinha.
As batatas fritas (3,00 euros) são exemplo disso. Confecionadas tal como nas melhores Friteries Belgas, são fritas em banha de vaca importada da Bélgica – aqui não há óleo nas fritadeiras -, e passam por um processo distintos de banhos em duas fritadeiras profissionais com temperaturas diferentes.
Depois, servem de acompanhamento para todos os pratos, desde o Boudin blanc (9,00 euros), à Cervela (9,00 euros), Boulet Liegeois (9,50 euros), a Carbonade Flamande (9,50 euros) e as Moules Fritas (11,59 euros), ao sábado.
Para beber existe uma seleção de cervejas belgas, três de pressão e dez em garrafa. À pressão podemos encontrar uma Pils comum à Café Belga com 5% de volume, a Maredsous triple com 10% e a McChouffe preta com 8,5%, com preços que vão dos 2,50 euros aos 4,30 euros. Cinco euros se estivermos a falar de versões em garrafa.
Já o espaço é um somatório de referências belgas, sem evidências óbvias ou forçadas. Toda a iluminação foi desenvolvida na Bélgica pelo irmão de Miguel e o design foi pensado para criar um lugar onde as pessoas se sintam bem. “Em Portugal sempre houve a tendência de investir muito na arquitetura de interiores e decoração para os novos espaços, na Bélgica não. E embora tenha construído tudo ao nível de revestimentos como tetos, paredes e pavimentos, tentou-se inverter essa tendência”, explica Miguel.
O resultado é este Café Belga de ar simpático e agradável que nos recebe agora no número 37 do Largo das Olarias, na Mouraria, para visitar de domingo a quinta-feira entre as 11h00 e as 22h00 e de sexta-feira a sábado entre as 11h00 e as 24h00.
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