O aumento exponencial da procura de tratamentos de botox por parte não só de mulheres, mas também de homens, em todo o mundo levou alguns especialistas a lançar o alerta. Manuela Berrocal, secretária-geral da Federação Iberolatinoamericana de Cirurgia Plástica (FILACP), alertou já publicamente para a necessidade de impor limites à sua aplicação porque ainda se desconhecem os seus efeitos a longo prazo.
«Vamos começar a ver uma grande quantidade de rostos inexpressivos se os cirurgiões plásticos não fizerem advertências aos pacientes de que não se pode abusar desta substância cujos efeitos apenas duram seis meses», adverte.
Segundo um estudo realizado no Reino Unido com a colaboração da Associação de Cirurgiões Plásticos de Londres mediante o acompanhamento de utilizadores desta técnica descobriu-se que o tratamento com recurso à aplicação de toxina botulínica para apagar rugas na pele pode ser aditivo.
Entre estas e outras descobertas, já divulgadas publicamente, a equipa detetou que:
- Mais de 50% dos utilizadores de botox, incluindo homens, expressaram que se sentiam fora de controlo face a um processo de envelhecimento natural.
- Quase metade dos inquiridos por especialistas afirmou estar farto das críticas que recebia de familiares e amigos pelo uso de botox.
- Mais de 40% dos utilizadores desta substância disseram experimentar um sentimento compulsivo de usar botox repetidas vezes.
- Mais de metade afirmou que o botox os fazia sentirem-se mais jovens e não verem-se mais jovens.
De acordo com as conclusões do estudo, o botox muda a aparência física da pele ou rosto de uma pessoa e isso, eventualmente, leva a que o paciente tenha uma melhor imagem de si próprio, ainda que, em alguns casos, se possa chegar a um descontrolo sobre as necessidades de aplicação.
Texto: Fernanda Soares
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