Depois das denúncias da imprensa portuguesa, a estilista e empresária norte-americana Tory Burch retirou a camisola poveira que integrava a última coleção da marca da sua loja online. Fê-lo depois de pedir desculpas em português numa publicação no Twitter. "Foi um erro não termos feito referência às bonitas e tradicionais camisolas de pescador tão representativas da cidade de Póvoa de Varzim", assumiu a criadora, revelando que estaria a trabalhar com a autarquia nortenha numa forma de apoiar os artesãos locais.
A assunção do erro não foi, no entanto, suficiente para serenar os ânimos. O Ministério da Cultura admitiu publicamente poder vir a acusar a designer de moda de plágio e figuras públicas como Rita Sousa Tavares também exigem uma clarificação. "O episódio recente que envolve a marca norte-americana Tory Burch e as camisolas centenárias poveiras, de origem portuguesa, feitas por artesãs e em processo de certificação, é particularmente grave e, por isso mesmo, sentimos que merece a manifestação de uma posição clara por parte da Design Foundation for Women and Crafts [fundação com sede em Portugal também conhecida pela sigla DFFWAC]", defende a antiga jornalista e consultora de comunicação numa publicação que Guta Moura Guedes, cofundadora da organização, também partilhou nas redes sociais.
A louça que Tory Burch vende, semelhante à cerâmica tradicional da Bordallo Pinheiro, também tem sido apontada, tal como o símbolo da marca, muito semelhante ao do estilista português Nuno Gama. Em 2015, em vez de plagiar foi ela a vítima de plágio. A designer e empresária norte-americana conseguiu, então, provar em tribunal que a Lin & J International Inc tinha usado uma imitação do seu logotipo numa coleção de joalharia. A empresa foi, na altura, obrigada a pagar-lhe 41 milhões de dólares, quase 35 milhões de euros.
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