A informalidade de Michael Kors
O estilista americano apostou na informalidade das férias na sua coleção, a primeira desde o anúncio da compra da proprietária da marca, Capri, pelo grupo Tapestry, para criar um império da moda de luxo.
Nas margens do Rio East, a passarelle recriou um passeio à beira-mar, sob o olhar atento de atrizes como Blake Lively e Halle Berry. “Não vos posso levar a todos para Capri, mas pude trazê-los para o Brooklyn”, brincou o estilista, de 64 anos, que tem como característica a união entre elegância e conforto.
A aposta é abundante em tecidos leves e brancos, com rendas bordadas, minissaias e blusas ou calças com top, usadas com sandálias e envoltas nas notas de jazz produzidas pelo lendário pianista Burt Bacharach.
“Todos nós sabemos que o mundo ficou muito quente, e perguntamo-nos cada vez mais como é que nos devemos vestir, principalmente quando faz muito calor lá fora e no escritório está muito frio", comentou o estilista.
Kors reinterpretou a bolsa-cesto de vime popularizada pela atriz e cantora Jane Birkin, falecida recentemente. “Tinhamos uma mulher britânica que vivia em França e tinha esse comportamento bem casual e descontraído. Acho isso muito americano".
Emoções em Altuzarra
O clima foi totalmente diferente no desfile de Altuzarra, realizado na biblioteca pública de Manhattan, sob uma cúpula alta de vidros opacos.
Nas últimas temporadas, o estilista franco-americano Joseph Altuzarra inspirou-se em contos mitológicos ou nas grandes viagens, mas escolheu para esta ocasião o clima angustiante de "O Bebé de Rosemary", um clássico da literatura transformado em filme por Roman Polanski.
Num cenário sombrio, com banda sonora de suspense, a coleção apresentou vestidos leves usados sob casacos longos, e saias ou conjuntos de cetim adornados com pérolas. Vestidos curtos com sobreposições de tule foram cobertos por um véu de organza transparente, lembrando uma boneca.
Altuzarra disse que queria criar “uma atmosfera perturbadora e enigmática, sem deixar de lado o estilo e o pragmatismo quotidiano".
A afirmação de Tory Burch
“Num mundo caótico, eu queria um pouco de calma, mas não queria cair no minimalismo”, disse Tory Burch após apresentar a sua coleção.
O cenário escolhido foram as paredes onduladas de granito do novo átrio do Museu de História Natural de Nova Iorque. Nesse ambiente, ela experimentou minissaias usadas sob parcas e um blazer violeta brilhante futurista, acompanhados de óculos com lentes coloridas.
Entre as peças mais originais da coleção estava um conjunto de capa e vestido que terminava em relevos arredondados. Os tecidos eram leves, mas estruturados, assim como os vestidos cortados na diagonal acima dos joelhos, que deixavam os ombros nus.
A estilista americana também se reapropriou de símbolos femininos, como o espartilho, para integrá-los numa “feminilidade bela”.
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