Apesar das restrições impostas pela pandemia e a variante Ómicron, que alteraram os preparativos do evento, várias marcas e estilistas decidiram manter os desfiles presenciais, como Michael Kors, Altuzarra, Tory Burch, Brandon Maxwell e Telfar, segundo o calendário oficial.
Tom Ford, que preside o sindicato americano da moda (CFDA) e tinha previsto encerrar a edição na próxima quarta-feira, desistiu no fim de janeiro devido à multiplicação de casos de covid na sua equipa.
"Fizemos tudo o que era possível para evitar cancelar o nosso desfile em Nova Iorque, mas infelizmente enfrentamos o facto de que não teremos uma coleção completa a tempo", declarou.
Thom Browne, por sua vez, está confirmado no calendário, mas a 29 de abril. Ele explicou que quer estar mais perto da abertura do segundo ato da grande retrospectiva da moda americana no Instituto do Vestuário do Metropolitan Museum of Art (MET) - uma instituição que tem como curador o seu companheiro, Andrew Bolton.
Arranha-céus cor-de-rosa
Entre os confirmados, Proenza Schouler, que se tornou um clássico nova-iorquino, abriu o desfile na tarde de sexta numa galeria de arte do East village, a The Brant Foundation. Em setembro, o seu último desfile para a marca de Jack McCollough e Lázaro Hernández, foi dominado pelas cores brilhantes e volumosas, uma forma de tentar virar a página da pandemia.
Christian Cowan, que vestiu Lady Gaga, Cardi B e Lil Nas X, vai apresentar a sua coleção no miradouro do One World Trade Center, o arranha-céus de Manhattan, erguido dos escombros das Torres Gémeas, derrubadas nos atentados de 11 de setembro de 2001. O prédio aparece tingido de rosa nas contas das redes sociais da marca, que cultiva o glamour e as lantejoulas.
Há vários anos, Nova Iorque também tem que lidar com as ausências, que decidem desfilar em outro lugar ou sair do calendário clássico, para além das das críticas sobre o ritmo acelerado da moda.
A grande ausência desta edição é Christopher John Rogers, eleito em 2021 o estilista das mulheres pela CFDA. Também não estará presente Pyer Moss, marca fundada por Kerby Jean-Raymond.
Novamente, a Fashion Week é uma oportunidade para as marcas emergentes ou ainda jovens se apresentarem, frequentemente em apresentações e não desfiles, que são demasiado caros. Este será o caso das marcas Melke e Dauphinette, que propõem uma moda sustentável e ética.
Para Emma Gage, de 26 anos, que criou a Melke durante a pandemia, isso está claro. Constar no calendário da Fashion Week "faz-me sentir que ficarei por aqui por muito tempo".
"É muito gratificante perceber que as pessoas vão ver o meu trabalho e pensar que este merece estar ao lado de marcas que têm tido muito sucesso", explicou à AFP no seu pequeno atelier em Bushwick, no bairro de Brooklyn.
Comentários