Alunos da escola de moda CITEX, no Porto, Marta Marques e Paulo Almeida tornaram-se, logo no primeiro ano, casal e dupla criativa. Em 2009 instalaram-se em Londres, onde concluíram o mestrado em Moda na Central Saint Martins, escola de Artes e Design que formou Alexander McQueen, Phoebe Philo ou Stella McCartney. Na altura, a diretora do curso era a designer Louise Wilson, figura tutelar da moda britânica nas últimas décadas.
Com atelier na capital inglesa, a dupla participa, desde 2010, na London Fashion Week com a sua linha de roupa e acessórios femininos Marques'Almeida. A marca caracteriza-se pela irreverência e informalidade, avultando nas suas coleções as t-shirts garridas, o denim, as peças desconstruídas e sobredimensionadas, os folhos… Ora foi este look casual que atraiu não só a indústria da moda mas também celebridades do showbiz, como Rihanna, FKA Twigs, Beyoncé, Solange ou Sarah Jessica Parker, que vestem criações Marques'Almeida.
Em 2014, a dupla foi distinguida na categoria Talento Emergente – Moda Feminina dos British Fashion Awards e, em 2015, recebeu o prémio da LVMH (grupo que detém marcas como a Louis Vuitton, Dior e Givenchy) para Jovens Estilistas de Moda. Integrou, igualmente, a shortlist para o prémio BFC/Vogue Designer Fashion Fund 2018.
Refira-se que, em 2014, Marta Marques e Paulo Almeida criaram uma coleção para a rede de lojas Topshop e, no ano seguinte, desenharam o guarda-roupa para o espetáculo da gala de moda da companhia de ballet de Nova Iorque (New York City Ballet’s Fourth Annual Fall Fashion Gala), que teve a curadoria da atriz Sarah Jessica Parker. Hoje, a Marques'Almeida é comercializada em cerca de 100 pontos de venda e marca presença em plataformas e-commerce de referência, como a Net-a-Porter, a Yoox, a Farfetch ou MatchesFashion.
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O Portugal Fashion arrancou no dia 15, no Porto, e a passarela escolhida foi o interior dum imóvel na Rua Latino Coelho, conhecido por "Edifício Quattroruote", onde manequins desfilaram num cenário de garagem subterrânea desocupada, com chão, paredes e tetos maltratados.
Se as edições anteriores do Portugal Fashion ficaram marcadas por decorrerem no histórico e requintado edifício da Alfândega do Porto, ou nas ruas e espaços públicos emblemáticos da cidade invicta, como o Mercado do Bolhão, hoje o cenário do Portugal Fashion aconteceu num edifício devoluto, com ambiente de garagem 'underground' (subterrânea) e de cor cinzenta.
“O local em si acaba por ser uma das novidades. Continuamos no registo de contacto com a comunidade e com a cidade, embora mais restritos num espaço e, depois, com todo o programa complementar aos desfiles disperso pela cidade”, explicou a diretora do Portugal Fashion, Mónica Neto.
Trata-se de um “espaço inesperado” e um “desafio” para a organização do Portugal Fashion, acrescenta a responsável.
O Portugal Fashion tinha em média um orçamento de cerca de 900 mil euros, mas neste e na anterior edição teve um montante disponível de 450 mil euros, um corte justificado com o fim dos fundos europeus do Portugal 2020 e pelo facto de ainda não terem aberto as candidaturas para o Portugal 2030.
A 9 de outubro de 2022, o presidente da ANJE, entidade que organiza o Portugal Fashion, assumia que a iniciativa de moda poderia não se realizar em 2023 por falta de financiamento europeu.
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