As criaturas "Pradamalia" - colocadas na vitrine da loja que a marca tem na zona do Soho, em Nova Iorque - provocaram indignação devido aos lábios vermelhos exagerados, que faziam lembrar caricaturas 'blackface'.

"Gostaríamos de expressar o nosso profundo arrependimento e desculpas sinceras pelos produtos Pradamalia que foram ofensivos. Foram retirados do mercado e não serão vendidos", disse a Prada num comunicado divulgado no domingo no Twitter.

"No futuro, comprometemo-nos a melhorar em questões de diversidade e formaremos imediatamente um conselho consultivo para orientar os nossos esforços em questões de diversidade, inclusão e cultura", disse a marca. "Vamos aprender com isto e fazer melhor", acrescentou.

A prática problemática do blackface remonta a 1830 e aos chamados "minstrel shows", quando artistas brancos cobriam o rosto com graxa de sapatos e desenhavam lábios exagerados numa caricatura dos negros.

Os estereótipos retratados - de que os negros eram de alguma forma inferiores, ignorantes, preguiçosos e até mesmo animalescos - estimularam atitudes racistas durante décadas.

O problema para a Prada começou com a vitrine de uma das suas lojas, localizada no Soho. Um advogado que passou por ali disse que as figuras eram racistas numa publicação no Facebook, e postou várias fotos das figuras controversas.

No início, a empresa defendeu-se dizendo que as "Pradamalia" eram "criaturas imaginárias que não pretendiam ter qualquer referência no mundo real e certamente no blackface".

Mas quando alguns consumidores pediram um boicote da marca, a Prada foi mais longe no seu pedido de desculpas.

"A semelhança dos produtos com o blackface não foi de forma alguma intencional, mas reconhecemos que isso não justifica o dano que causaram", afirmou no domingo, acrescentando que investigaria como o produto problemático chegou ao mercado.