Nos seus quase 40 anos de profissão, o que é que a ainda a apaixona e fascina nesta profissão?

Eu sou apaixonada pela minha profissão, que são cabelos nas suas mais variadas formas e técnicas. Apaixona-me fazer os clientes felizes.

Atualmente é uma das referências de hairstylists a nível mundial e o seu salão de beleza, Griffehairstyle, um dos mais conceituados de Portugal. Qual o segredo do seu sucesso e que é a distingue dos restantes profissionais?

O segredo é dedicação, sensibilidade, estar atento a tudo que é inovador, não ter medo de arriscar e trabalhar muito.

Quais os seus produtos must-haves e que todas as mulheres (e homens) devem ter no seu nécessaire para cuidar do seu cabelo?

A linha “Ultimate Repair” da Wella que chegou para revolucionar o tratamento e a reparação capilar. É inspirada na rotina de cuidados da pele, mas aplicada ao cabelo. São quatro passos super fáceis de aplicar e com resultados extraordinários.

Em temos de hairstyles, quais as principais tendências de cabelos para o verão?

São várias. No verão a tendência principal é sempre cabelo mais comprido que se pode entrançar de várias formas para criar um look cool para usar nos festivais ou nas férias.

Tem algum corte de cabelo de eleição e algum que não goste tanto de fazer nas suas clientes?

Para mim o corte de eleição é sempre o que se adapta melhor ao rosto e à atitude da cliente. A minha preferência recai sobre cortes escadeados, ao estilo da Jane Birkin, um bob em todas as suas variações e boas franjas. A diversidade e autenticidade são tudo.

Quantas vezes devemos cortar o cabelo por ano?

Depende. Se for curto exige mais manutenção, mas diria que de três em três meses.

As franjas voltaram em força. Qualquer pessoa pode usar franja? Como é que sabemos se o nosso tipo de rosto é o mais indicado?

Eu diria que sim porque há muitos tipos de franjas: curtas, compridas, retas, redondas, com peso, mais fluidas... Elas são a moldura do nosso rosto que muda imenso consoante o corte de cabelo, por isso é muito importante fazer bem a consulta [capilar] para perceber a que melhor se adapta a nós. Eu diria que só para quem tem remoinhos muito fortes na parte da frente, é que pode ser uma impossibilidade.

Para quem gostava de mudar de visual, mas tem medo de arriscar num corte de cabelo diferente, qual o seu maior conselho?

O cabelo cresce. Confie no seu hairstylist.

Com a chegada do verão, que tipo de cuidados é que devemos ter com o cabelo – seja ele pintado ou não – durante esta época do ano?

Devemos aplicar protetor solar, apostar na linha "Ultimate Repair" da Wella e o resto é hidratar, hidratar, hidratar.

Que tendências de coloração é que destaca para este ano?

Os acobreados em tons do pôr do sol e os louros com tonalidades rosa e pêssego. Destaco a coleção "Color Block" da Wella, desde os tons louros com várias sombras pastel aos tons mais frios. Os tons quentes e acobreados nas suas várias tonalidades são a grande tendência para 2024.

Verdade ou mito: as ferramentas de styling estragam o cabelo ou tudo depende da forma como são manuseadas? 

As ferramentas de styling evoluíram imenso e, por exemplo, a GHD é um aliado inovador. Contudo deve-se pôr sempre o protetor térmico antes da sua utilização e assim tudo corre bem.

Os DIY e challenges estão muito na moda e nas redes sociais vemos muitos desastres capilares, desde cortes feitos por pessoas sem experiência, remédios caseiros para o cabelo ou colorações mal feitas. É fácil destruir um cabelo no espaço de poucos minutos com um desafio deste género?

Claro que sim, mas depois estamos cá nós, os profissionais, para retificar. Claro que para destruir o processo é rápido e para recuperar leva o seu tempo, e tudo depende do que se esteja a falar. As redes sociais vieram lançar trends, principalmente nas camadas mais jovens, mas sempre existiu este paralelo entre o DIY e os profissionais que depois resolvem.

Na relação cliente-cabeleireiro, é importante existir procurar um profissional que nos transmita confiança e segurança?

Atualmente, o cliente tem muita informação e vem à procura de uma boa experiência. É muito importante perceber durante o diagnóstico qual a sua expectativa e o que procura. Só assim se cria uma relação de confiança.

O que diferencia um cabeleireiro de um profissional de excelência e que características é que este deve ter?

Um profissional de excelência presta um serviço de qualidade e oferece uma boa experiência ao cliente quando sabe ouvir, aconselhar, tem formação técnica para executar, segurança no seu desempenho e faz o cliente feliz.

Um bom cabeleireiro também deve ser um bom conselheiro?

Sim, porque por vezes o que a cliente pede não é o melhor para ela. Temos a responsabilidade de aconselhar o que achamos melhor e devemos ser bons conselheiros. Claro que a última decisão é sempre da cliente, nunca por imposição.