O primeiro dia deste Take 2 do Portugal Fashion ficou marcado pela presença das Escolas de Moda pertencentes à plataforma Bloom.
Da EMP vieram Joana Carmona que apresentou uma coleção inspirada na Islândia, país muito rico em cultura e que despertou nela um gosto pela manualidade. Esta arte bem enraizada na família, foi-lhe incutida pela sua avó de Trás-os-Montes, quando a via passar horas no seu imponente tear manual. Já Conceição Nunes, inspirou-se numa das músicas que faz parte do filme “Aldeia da roupa branca”, filme esse que retrata um ambiente típico e folclórico pelo qual sempre teve um fascínio.
Da FAUL, os primeiros a pisar a passerelle foram a dupla VOID, composta por Leonel Figueiredo e Sofia Rodrigues. Inspirados pelo vazio que contém o nada, o vazio como espaço que carrega algo que apenas os mais atentos conseguem percecionar, uma caixa sem medidas, aquilo a que chama-mos memória. Todos os momentos desta, sobressaem na coleção pela experiência táctil evocada pelos tingimentos manuais, manipulações têxteis e pelo trabalho de mão das malhas. REW, da dupla Catarina Serra e Miriam Catão, trouxe até nós uma coleção inspirada na Resiliência. Esta retrata uma deslocação temporal entre o século XVI e o século XXI, do passado da época Vitoriana e do Romantismo, para um futuro de massas, agitação e trabalho frenético.
Da CENATEX Castro (Patrícia Castro) trouxe a coleção “Libeskind”, inspirada na arquitetura desconstrutiva, focando-se na arquitetura do arquiteto Daniel Libeskind. Esta assenta na sua arquitetura, usando uma linguagem de ângulos imponentes, geometrias que se intersetam e linhas picadas, levando assim à criação de peças clássicas e irregulares. Já Rúben Costa, deu vida a “Hamlet” de William Shakespeare, numa coleção sob o tema “Ophelia, que representa assim o tempo medieval, mas numa perspetiva atual, mantendo as linhas que lembram o antepassado.
ESAD, Ana Rita Martins trouxe “Paper Shade”, uma coleção inspirada visualmente por elementos da Pastelaria Martins, fundada pelos seus avós. Nesta coleção é possível observar uma evolução no tom prateado, começando por um estampado aplicado no interior e no final, este tom prateado é completamente exteriorizado. Marta Costa apresentou “The Unanswered Question” do compositor Charles Ives. As peças foram trabalhadas a partir da desconstrução da peça, contando uma história sem principio nem fim sobre a procura constante da resposta do eu.
MODATEX Lisboa trouxe Bruno Feliciano com a coleção “Imperfect”, que procura a estas questões através de técnicas mais experimentais que permitam a valorização da perfeição no rudimentar. E Helena Almeida com a coleção “México 20/21”, que serviu para demonstrar que é de onde toda a inspiração para a coleção veio, ou seja, na carga religiosa e na crença.
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