A esfoliação «consiste na passagem de um produto com partículas ou substâncias abrasivas que ajudam a remover as células mortas e a retirar a parte mais superficial da pele», explica Manuela Cochito, médica dermatologista. «Ao tornar a pele mais fina, esta fica mais bonita, reflete melhor a luz e ajuda a uma melhor penetração do creme diário, aumentando assim o seu efeito», acrescenta.
Se acha que este cuidado é demasiado agressivo para a sua pele ou se, por outro lado, não obtém os resultados esperados, muito provavelmente está a usar o produto errado para si ou não está a usá-lo com a frequência desejada. A pedido da Prevenir, a especialista esclarece, de seguida, as principais dúvidas.
Qualquer tipo de pele precisa de ser esfoliada?
Sim, embora as peles muito sensíveis necessitem de algum cuidado com a esfoliação. Ao fazer a esfoliação, a pele pode ficar sensibilizada e portanto não reagir bem, podendo ficar vermelha, irritada. Mas tirando as peles muito sensíveis, de uma maneira geral, não há qualquer problema em fazer a esfoliação.
Agora, quer o tipo de grão da esfoliação, mais grosso ou mais fino, mais ou menos abrasivo, quer a frequência com que se faz, têm de ser ajustadas ao tipo de pele e à zona do corpo. Uma coisa é fazermos uma esfoliação nas costas, outra coisa é fazer uma esfoliação no rosto.
Quem vive na cidade e está mais exposto à poluição tem especial necessidade de esfoliar a pele?
Não. A esfoliação não está relacionada com a poluição. A esfoliação permite retirar a camada mais superficial das células da camada córnea. Ao fazê-lo, a pele fica mais fina, refletindo melhor a luz e ajudando a uma melhor penetração dos cosméticos que se aplicam. A poluição sai com o banho.
Em que altura do dia deve ser feita?
Há produtos que são para ser usados no banho, outros em seco. Se tiver uma pele mais sensível, é preferível fazer à noite porque se a pele ficar vermelha ou sensibilizada não vai apanhar sol.
Quais são as zonas do corpo que podemos esfoliar?
Podemos esfoliar todo o corpo, não há nenhuma zona que esteja interdita.
Com que frequência é que o devemos fazer?
De uma forma geral, deve fazer-se uma esfoliação por semana. Depois, dependendo do tipo de pele e do produto utilizado, a frequência pode variar.
Veja na página seguinte: As necessidades de esfoliação de peles oleosas e peles secas
No caso do rosto, uma pele oleosa tem tanta necessidade de esfoliação quanto uma pele seca?
Não, a pele oleosa beneficia e necessita mais da esfoliação do que uma pele seca, uma vez que a esfoliação ajuda a evitar a formação de borbulhas. Uma pele oleosa pode ser esfoliada uma a duas vezes por semana, enquanto que uma pele seca só deverá ser esfoliada de duas em duas semanas.
É necessário preparar a pele antes de iniciar a esfoliação?
Sim, a pele deve ser limpa antes de iniciar a esfoliação. Basta utilizar o produto de higiene que usa diariamente.
Que erros tendemos a cometer durante a esfoliação e que devem ser evitados?
Não devemos ser demasiado agressivos. O próprio produto já tem as suas partículas esfoliantes. Portanto, não devemos fazer muita pressão para que o processo não seja demasiado abrasivo.
E, depois da esfoliação, que cuidados devemos ter?
Depois de retirar todo o produto esfoliante e de lavar muito bem a pele, deve hidratá-la e, se for para a rua, aplicar protetor solar nas áreas que estejam expostas. Não deve colocar perfume ou produtos que contenham álcool na sua composição logo a seguir à esfoliação.
Quais os critérios que devemos ter em conta aquando da escolha do esfoliante?
Há imensos produtos disponíveis no mercado para esfoliar a pele, sejam físicos ou químicos e há milhares de componentes químicos diferentes. Em caso de dúvida, o melhor é aconselhar-se com um médico dermatologista.
Existem tratamentos esfoliantes em consultório? Em que casos se aconselham?
Existem, são os chamados peelings. Consistem na aplicação de substâncias químicas que, consoante a composição utilizada, podem fazer a remoção superficial, média ou profunda da pele. São indicados para melhorar o aspeto da pele com acne, cicatrizes, rugas, manchas ou simplesmente para rejuvenescer.
Veja na página seguinte: Os tipos de esfoliantes mais comuns
Os tipos de esfoliantes mais comuns
Existem vários métodos de esfoliação da pele a que pode recorrer, desde os mais suaves aos mais agressivos, como explica Manuela Cochito, médica dermatologista:
- Géis de banho ou sabonetes esfoliantes
Normalmente estes produtos fazem uma esfoliação muito suave. Podem ser utilizados diariamente em todos os tipos de pele.
- Luva de crina
Faz uma esfoliação física semelhante a um creme esfoliante, ainda que variável, consoante a força exercida na pele e a forma como é utilizada – sobre a pele molhada ou seca. Neste último caso, tem um efeito mais abrasivo.
- Creme/gel esfoliante
Contém partículas que permitem remover as células mortas e a camada superficial0 da epiderme através de um atrito físico. Utiliza-se uma vez por semana, caso a pele seja normal, ou de 15 em 15 dias, caso seja sensível.
- Esfoliantes químicos
Contêm ácidos de frutos, como os alfahidroxiácidos, que dissolvem as pontes de ligação entre as células, removendo a camada superficial da pele. O seu efeito é mais difícil de controlar pelo que o mais aconselhável é informar-se com um médico dermatologista para evitar reações menos desejadas. Deve certificar-se de que o produto é indicado para o seu tipo de pele e para a zona do corpo onde pretende utilizá-lo.
Evite receitas caseiras
São muitas as mulheres que recorrem a fórmulas à base de açúcar e de sal para remover as células mortas da epoiderme. Se quer esfoliar a pele deve comprar um produto indicado para tal, aconselha Manuela Cochito. «As receitas caseiras fogem completamente ao controlo das pessoas, pois não se sabe como é que a pele vai reagir a certos ingredientes», alerta a especialista.
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