Apesar da eterna juventude não existir, existem formas de aproximar-se dela. As novas técnicas aperfeiçoaram o alisamento facial completo ou parcial para lhe tirar anos de cima. O envelhecimento é uma consequência natural da passagem do tempo. A idade, a exposição prolongada ao sol e o stress deixam a sua marca, especialmente no rosto e no pescoço, provocando sulcos e pregas que fazem com que a expressão e o olhar percam força, juventude e definição.
A segurança assegurada pelas anestesias e a perfeição que as novas técnicas estão a atingir fazem com que o lifting desafie a gravidade com sucesso. Contudo, convém saber que apesar dos bons resultados que alcança, não trava o envelhecimento, só o abranda e melhora os seus sinais visíveis. Hoje em dia, as mulheres adiam submeter-se a um lifting graças aos eficazes tratamentos antienvelhecimento que existem, cada vez mais conhecidos.
Mas quando não há mais soluções, e sempre que se entregar às mãos de um bom profissional, é uma opção segura. Para saber qual é o tipo de lifting que melhor lhe convém, clique aqui.
O fim da flacidez
O objetivo do lifting é corrigir a flacidez facial e algumas rugas, mas não todas. Para o tratamento das rugas podem utilizar-se substâncias de preenchimento e para melhorar a qualidade da pele, o laser e o IPL. A flacidez, que se manifesta como um pesadelo para muitas mulheres e homens, não é mais do que a degradação de colagénio e de elastina, as fibras proteicas que sustentam a pele. Com a idade, esta perde firmeza, e a gordura subjacente acumula-se.
A ritidectomia, nome pelo qual o lifting é conhecido entre a comunidade médica, consiste em fazer incisões em zonas escondidas pelo cabelo ou atrás das orelhas, por onde se chega ao SMAS, a sigla de sistema músculo aponeurótico superficial, um grupo muscular do rosto. A pele sobejante é esticada e reposicionada, conseguindo um rosto mais liso.
É a candidata ideal?
Se o seu rosto e o seu pescoço manifestam sintomas evidentes de queda livre ou estão a descair, mas a sua pele ainda mantém uma certa elasticidade, tem o perfil ideal. Qualquer pessoa que queira resolver problemas reais de flacidez facial pode submeter-se a um lifting. Só o devem evitar pessoas que padeçam de doenças cutâneas ou que tenham motivações equivocadas em relação a esta cirurgia.
Será importante, por isso, dizer ao seu médico o que pretende. Ele deverá explicar-lhe se as suas expectativas correspondem a resultados possíveis ou não. No que diz respeito à idade, não existem idades mínimas nem máximas, mas sim pessoas e circunstâncias. A maioria das pessoas que procura esta cirurgia tem entre 40 e 60 anos, apesar de já ter sido realizado em maiores de 70 com sucesso.
"Já realizei uma cirurgia deste tipo a uma senhora com 82 anos, acho que não há um limite de idade para o fazer e que tudo depende do estado de espírito da pessoa", opina o cirurgião plástico José Mendia, em declarações à edição impressa da revista Ultimate Beauty. As mais assíduas são as mulheres, apesar da população masculina se atrever cada vez mais.
Os cuidados do pré-operatório
A primeira consulta com o especialista é fundamental. Ouve-se o paciente e analisa-se quando faz sentido uma operação e de que forma a correcção da zona influenciará o resto da cara. Este é o momento em que se avalia a estrutura facial, na sua totalidade, e a qualidade da pele, bem como o estado geral de saúde, incluindo factores que possam interferir ou complicar a cirurgia, como a tensão alta, problemas de coagulação ou de cicatrização.
Convém comunicar ao médico todos os seus hábitos quotidianos, se toma algum medicamento ou se é fumadora. Tome nota de alguns passos a seguir antes de um alisamento facial. Opte por alimentos muito ligeiros, nada de gorduras saturadas nem álcool.
Se for fumadora, deve largar o tabaco, pelo menos, uma ou duas semanas antes da cirurgia, já que este interfere com a cicatrização. Existem alguns fármacos que deve suprimir, como por exemplo a aspirina. Assegure-se que alguém a acompanha a casa no dia da intervenção.
Como se processa a operação
No lifting trabalha-se sobre várias camadas, que se esticam e reposicionam. É um alisamento clássico em que se faz uma incisão bicoronal, situada no couro cabeludo (razão pela qual é chamada intrapilosa) e que vai de uma orelha à outra. Cada estrutura implica um procedimento:
- Pele
Antigamente, só se realizava o alisamento da pele, mas por esta ser tão elástica, demonstrou-se que a correcção era pouco duradoura. Hoje em dia, um alisamento tradicional é realizado com uma incisão na pele que começa, habitualmente, nas têmporas, por baixo do cabelo, estende-se às linhas naturais da orelha e continua à volta do lóbulo. Se for preciso trabalhar o pescoço, pode-se fazer uma pequena incisão atrás do queixo. Depois, separa-se a pele das estruturas musculares e gorduras.
- Musculatura
Os novos conhecimentos anatómicos sobre os músculos cervico-faciais fizeram com que também se pudesse actuar sobre esta estrutura, que se torna mais firme e capaz de resistir às forças gravitacionais e à mímica do rosto. A tração muscular possibilita um efeito mais duradouro, deixando a pele deitada sobre este novo leito, permitindo uma melhor circulação vascular e um resultado mais natural e duradouro.
- Gordura
Aproveitam-se as incisões para extrair o tecido gordo subcutâneo que, com a idade, se acumula em algumas zonas como o pescoço e o queixo. Depois de cortar a pele e distender os músculos, retira-se o excesso de gordura através de uma endoscopia ou de uma lipoaspiração.
O pós-operatório
O pós-operatório depende não só do tipo de lifting ao qual se submeteu, mas também das suas características pessoais. Geralmente, o internamento pode ir de algumas horas até a um máximo de dois dias. Passados um ou dois dias, tiram-se as ligaduras, e entre o quinto e o sexto, as suturas. A partir das 24 horas pode-se sair à rua, mas é possível que o inchaço e a inflamação persistam.
O aspeto vai melhorando nos dias seguintes e estes sinais vão desaparecendo. Em cerca de 10 dias, o paciente já pode voltar à sua vida normal. Quanto aos cuidados pós-cirúrgicos, os especialistas insistem na higiene e hidratação diárias, e em evitar espaços poluídos e com temperaturas elevadas.
A exposição direta ao sol nos primeiros meses depois da operação também não é recomendável. É benéfico fazer passeios para favorecer o efeito antiedema e, se possível, submeter-se a massagens de drenagem linfática, pela sua ação anti-inflamatória.
As técnicas mais recentes
Já ouviu falar em lifting endoscópico frontal? Uma das novas técnicas é a endoscopia, que se pode aplicar aos mesmos tipos de liftings que as técnicas tradicionais. Com três pequenas incisões escondidas no cabelo, descolam-se os músculos da testa e puxam-se, com o objectivo de eliminar as rugas frontais e recolocar as sobrancelhas na sua posição já que, com a idade, descaem.
A pele que sobeja é eliminada, não deixando rasto da intervenção. Esta técnica permite encurtar cicatrizes, limitando-as à região temporal, à frente e atrás da orelha. Ao contrário de outros liftings, neste não se toca na linha do cabelo, possibilitando qualquer penteado sem haver necessidade de o modificar depois da intervenção.
Os riscos a que tem de estar atenta
Apesar do elevado aperfeiçoamento e da segurança proporcionados atualmente pela cirurgia plástica, podem existir complicações ou sequelas depois de uma intervenção deste género. Não são muito frequentes mas é aconselhável que esteja consciente delas antes de entrar na sala de operações. Existe ainda o risco de:
- Hematomas ou hemorragias, que devem ser drenados
- Reações anormais à anestesia
- Queloides, que podem ser corrigidos com injecções de cortisona, ou alargamento da cicatriz
- Alopecia (queda do cabelo) transitória
- Deficiência circulatória e necroses
- Lesões nervosas, como paralisia facial que, aos poucos, são transitórias
- Queda da glândula lacrimal
Texto: Madalena Alçada Baptista
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