Será um casamento razoavelmente bom, na verdade, o melhor dos casamentos? Para Lori Gottlieb, jornalista norte-americana, sim. Inspirada num conceito do pediatra Donald Winnicott, o da "the good-enough mother", sobre a mãe real que se opõe à mãe perfeita, numa das suas crónicas, incentivou, há uns anos, as mulheres a porem de parte a ideia do príncipe encantado e a centrarem esforços num "good-enough marriage".
Desafiou as mulheres a procurarem o tal casamento mediano, celebrado com alguém de quem se goste, cuja companhia se aprecie e em relação ao qual se tenham expectativas realistas. Pois, nos dias que correm, a este conselho acrescentamos outro. Tenha um "good-enough marriage", como Lori Gottlieb lhe chama, uma relação acima da média. Para isso, há regras que deve respeitar. Pelo menos, as sete que se seguem.
1. Perceber a química do amor
Qualquer casal deveria ser obrigado a saber que a paixão está condicionada em termos biológicos, que é sustentada pela produção de substâncias a nível neurológico que promovem a sensação de euforia (uma fase que dura entre seis meses a três anos) e que seria fisicamente insustentável permanecer nesse estádio para sempre.
Nesse caso, é natural que a relação se transforme e o facto de já não sentir o frenesim inicial não significa que esta esteja em queda. Simplesmente mudou. Acontece. E, nos tempos que correm, é cada vez mais comum...
2. Ser generoso
Investigações internacionais revelam que 90% dos casais que estão juntos há várias décadas definem o seu casamento "não em relação aos melhores e piores acontecimentos das suas vidas, mas em relação a interações e aos acontecimentos do dia a dia", revela David Níven no livro "Os 100 segredos dos casais felizes".
O truque está nos pormenores, no facto do outro sentir que dá mas também recebe. Por exemplo, porque não combinarem quem vai às compras nessa semana para que o outro possa descansar? E por que não ir buscá-lo ao trabalho quando ele menos espera ou, ainda mais fácil, mandar um e-mail carinhoso a desejar um bom dia?
3. Partilhar o sucesso
Já reparou que é muito comum, quando um ator recebe um Óscar ou um presidente é eleito, agradecer à companheira? Assim fazem os bem-sucedidos e assim deverá você também fazer. Partilhe os seus momentos de sucesso com o seu parceiro, agradeça-lhe o papel que teve para que você atingisse os seus objectivos. Isso fá-lo-à sentir-se incluído na sua vida e um vencedor também.
4. Olhar para o outro
Escreve Ángeles Sanz, no livro "A vida a dois", que "está comprovado que nas relações a dois conflituosas o contacto visual entre os seus membros quando falam costuma ser mínimo, como que se o que o outro está a dizer fosse irrelevante". Se o fizer, a mensagem que vai passar é apenas uma. "Na verdade, não me importa que aqui estejas", diz. E, em vez de um diálogo, eis que terá estabelecido... um monólogo!
5. Arrumar a secretária
Se das 24 horas do dia, dedicar oito ao sono, sobram-lhe 16, das quais pelo menos metade são entregues ao trabalho. Some ainda uma ou duas horas ao tempo que passa em transportes e mais uma para almoçar. Já percebeu onde queremos chegar? O tempo que sobra é muito pouco para dedicar o que resta também ao trabalho.
Claro que há situações excepcionais, mas não as torne uma regra. Está provado que quem não pára de pensar no emprego tem o triplo da probabilidade de sentir que não tem uma vida pessoal satisfatória. No final do dia, arrume a secretária e faça uma lista das tarefas do dia seguinte. Elas vão ficar aí e não na sua cabeça.
6. Não ser psicólogo do outro
Descobrimos este conselho no livro de Ellen Watchel "Gosto de ti, mas..." e vai ver que faz todo o sentido. Frases como "Estás a reagir assim porque não foste amado pela tua mãe", "Outra pessoa saberia que estou a brincar mas tu interpretas tudo de forma negativa" ou ainda "Gostas de fugir dos assuntos, como o teu pai" não ajudam nada.
Só servem para quatro coisas, alertam os especialistas. Para magoar, para intensificar a raiva, para fazer o outro sentir-se incompreendido e/ou para tornar a discussão mais agressiva. Nessas alturas, não tenha medo de fazer uma pausa. Pare durante 10 ou 20 minutos e retome posteriormente a conversa.
7. Oferecer 322 minutos de afeto por semana
A sugestão é de Martin Seligman, reconhecido especialista na área da felicidade, citado na obra "Amor puro y duro", de Pilar Varela. Dedique dois minutos para se despedir antes de ir para o trabalho (cinco vezes por semana), 20 minutos a sós à noite (cinco vezes por semana), duas horas a dois (uma vez por semana), cinco minutos diários de gestos carinhosos e de admiração e um minuto para desejar boa noite (todos os dias).
Diz o especialista que é um dos segredos para que não se apague a chama. Outro é não descurar o romance nem a atividade sexual, fundamentais em qualquer relacionamento de índole amorosa. Além dos gestos de ternura e carinho, procure ter uma vida sexual estimulante e desafiante. Se precisa de (novas) ideias, damos-lhe, de seguida, uma ajuda preciosa, posições sexuais que vão tornar a sua vida (ainda) melhor!
Texto: Nazaré Tocha
Comentários