A adolescência é a fase das dúvidas e das descobertas e é também nesta altura que os futuros adultos se deparam com os maiores problemas relativamente à descoberta da sua sexualidade.

Com efeito, neste contexto, há a referir que Portugal é um dos países onde existem mais mães adolescentes. Apesar da crescente informação disponibilizada na área da contracepção e das doenças sexualmente transmissíveis, os casos continuam a verificar-se, com todas as implicações negativas que acarretam, designadamente no campo psicológico e emocional.

Todavia, este problema começa exactamente em casa, onde ainda se verifica uma grande relutância por parte dos pais e encarregados de educação em abordar temas ligados à sexualidade e ao planeamento familiar. Para começar, os jovens têm que aprender à sua custa que a reprodução e a sexualidade são duas áreas distintas da função sexual.

Com efeito, e apesar de conscientes da necessidade de informarem os seus filhos, muitos pais optam por se remeter ao silêncio, uma vez que eles próprios não se sentem à vontade para debater este tipo de assuntos. Daqui resulta que, a dada altura da sua vida, os jovens são confrontados com uma mudança de atitude por parte dos pais, designadamente quando estes se apercebem que lhes deviam dizer algo, mas preferem, por exemplo, deixar de afagar o filho como costumavam fazer, por que ele “agora já é um homem”, ou proibir as filhas de sair até tarde, para que elas “não se metam em problemas”. continua

Muitos pais pensam que a Educação Sexual que os seus filhos recebem na escola é suficiente para os preparar para a sua vida sexual futura. Porém, esta posição está longe de ser correcta, uma vez que a informação que é passada na escola peca pela ausência da emotividade e carinho que os pais põem na sua relação com os filhos.

O aparecimento dos primeiros sinais de puberdade, ou seja a primeira menstruação, no caso das raparigas, e a primeira ejaculação nos rapazes, deve constituir um acontecimento positivo, que marca o início de mais uma fase do seu crescimento e que de modo algum deve ser encarada como sendo algo de negativo. Diversos estudos levados a cabo nesta área deixaram claro que os jovens que receberam uma educação centrada na informação sobre sexualidade e contracepção, iniciam a sua vida sexual mais tarde e de uma forma mais consciente.

O ideal é que os jovens encarem a sexualidade como uma parte integrante das suas vidas, mas que se trata de uma noção completamente diferente de reprodução. A sexualidade é uma fonte de prazer que simultaneamente fomenta a comunicação e a afectividade entre duas pessoas, mas que também pode ter um cunho reprodutivo, desde que parta do desejo expresso e consciente dos intervenientes.

Em relação ao número de mães adolescentes existentes em Portugal, dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística relativos a 1998, apontam para um total de 7411 nascimentos, ocorridos em mães cujas idades vão dos 12 aos 19 anos. Se por um lado se tem verificado uma maior preocupação por parte dos órgãos competentes para formar os jovens nas áreas da sexualidade e da contracepção, também é verdade que o actual ritmo de vida leva a que muitos jovens passem muito do seu tempo sozinhos em casa, carentes de afecto, o que muitas vezes determina um início prematuro da actividade sexual, nem sempre com resultados agradáveis, como o atestam os números que atrás referimos.

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