Enquanto filhos o que mais desejamos é que os nossos pais nos amem, cuidem de nós e que nos protejam em todos os momentos perigosos que vivemos. Mas quando somos crianças/adolescentes é fácil colocar em causa se os nossos pais nos amam, mais concretamente quando lidamos com a dualidade das escolhas que nos vemos obrigados a assumir: sejam as atividades extra curriculares, que muitas vezes representam exclusivamente os sonhos dos pais, seja a escolha da área de estudo, aquando do ingresso no 10º ano de escolaridade e posteriormente na faculdade.
Os pais sentem profundamente que procuram o melhor para os filhos, e os filhos, muitas vezes, cedem para não desiludir os pais, ou, por outro lado, compram ‘a guerra’ e dão assim início a um afastamento na relação umbilical.
O equilíbrio nestas relações pais/filhos é necessária, crítica mesmo, pois não é obrigatório cumprirem-se padrões familiares se os mesmos não vislumbram felicidade para as crianças. O mais importante é dotá-las de inteligência emocional, ensina-las a sentir, ensina-las a ponderar decisões, pois quando estas crianças forem adultas, no mercado de trabalho os pais não vão negociar as condições salariais, não de forma consciente e sim de forma muito discreta: ‘só preciso de ganhar muito dinheiro’, ‘ser alguém na vida’, ‘ser reconhecido’, delegando assim a felicidade para último plano.
Felizmente é possível ser feliz e próspero, felizmente é possível ser confiante nas escolhas que se tomam tendo por base o coração. As histórias de pessoas com fortunas avultadas que cometem suicídio são conhecidas, assim como as histórias de quem se marginaliza, por faltar o essencial: um sentido de vida com propósito no coração.
A oferta educativa já vai ganhando opções distintas, existem pais cada vez mais interessados nas escolhas conscientes dos filhos, pais que não se regem exclusivamente por testes psicotécnicos que limitam as opções das crianças adolescentes, pais que procuram dar colo a si próprios, pois já percebem a diferença entre seguir o que o coração lhes pede ao invés de ir ao encontro das expectativas externas, alheias.
Quanto mais ferido está um adulto mais condicionadas serão as escolhas dos seus filhos e isto acontece pela simples razão de que as crianças não querem magoar os pais ao provarem de que sim, é possível ser feliz, que eles também podiam ter escolhido esse caminho. A boa notícia é que podemos a qualquer instante, em qualquer idade adulta, desviar-nos da tristeza, da mediocridade da vida básica que só serve a quem queremos agradar.
No último fim-de-semana aconteceu em Lisboa o 1º Congresso Internacional de Constelações Familiares, fundado pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, com um painel riquíssimo, onde distintos palestrantes abordaram as distintas áreas de intervenção, nomeadamente Pedagogia Sistémica, Direito Sistémico, Constelações Organizacionais Sintomas e Doenças e Constelações Familiares.
Acredito que por esta altura se questione: ‘O que são as Constelações Familiares?’. De acordo com o site oficial este “é um método que ocorre em um grupo sob a orientação de uma pessoa. Serve às pessoas para descobrir os antecedentes de fracasso, doença, desorientação, dependência ou algo semelhante.”
A quem se destina uma constelação familiar?
• Famílias em todo o tipo de conflitos;
• Crianças com todo o tipo de problemas: escolares, doença, agressão, TDAH, dependência ou bullying;
• Doenças, sejam antecedentes de saúde e da doença em questão;
• Profissão/trabalho, sejam conflitos ou falta de sucesso;
• Negócios e gestão, sejam questões de comunicação, hierarquia ou decisão.
Atualmente a Constelação Familiar Original Hellinger® é aplicada nas seguintes áreas: Política; Grandes corporações, médias e pequenas empresas, empresas individuais; Gestão e administração executiva; Universidades e escolas; Tribunais; Hospitais e outros assuntos individuais. Convido-o ainda a assistir a este vídeo, onde é explicado de forma precisa e humana. Em Portugal contamos com profissionais de excelência na área das Constelações e eu recomendo vivamente o Professor Joaquim Parra Marujo, que guia as Constelações de forma ímpar e responsável.
Para concluir, gostaria de deixar o convite à reflexão:
- Que expectativas para este ano eram/são suas?
- De que forma sente e apoia as escolhas dos seus filhos?
- Consegue trilhar o seu caminho independentemente de validação externa positiva?
- Quando é que disse sim aos seus pais, em momentos chave, quando o seu coração gritava outro sonho?
Podemos ser espectadores ativos das escolhas que fazem por nós ou podemos escolher-nos a nós próprios.
Leia também: O que é que escolhe alimentar de forma consciente e feliz?
Soraia Sequeira é Life Coach e há três anos iniciou a sua viagem de autoconhecimento, por via da astrologia. Desde então, certificou-se em Coaching, Practitioner de Programação Neurolinguistica (PNL) e em Practitioner Time Line Therapy. Atualmente encontra-se a estudar Psicologia Transpessoal, com Constelações Familiares e Hipnose, e vai iniciar em breve o Master em Programação Neurolinguistica.
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