As mulheres ganham menos do que os homens para executar as mesmas tarefas profissionais e ainda são responsáveis pela maior parte do trabalho doméstico – que, como se sabe, não é pago. Acrescente-se que as mães entre os 25 e os 35 anos são as mais prejudicadas com as diferenças salariais por razões de mero género.

Um estudo publicado pelo americano United States Census Bureau revelou que a discrepância salarial duplica com a chegada de um bebé à família. Mulheres entre os 25 e os 35 anos que embarquem na aventura da maternidade nunca voltarão a ter um ordenado semelhante ao dos seus parceiros do sexo masculino.

As que são mães antes dos 25 anos ou depois dos 35 parecem ter mais probabilidades de encurtar esse fosso salarial - as primeiras porque começam a trabalhar mais cedo e as segundas porque já não têm de se dedicar exclusivamente ao bebé.

A mesma pesquisa, divulgada pela Marie Claire espanhola, procura explicações para este fenómeno, revelando que as profissionais que tenham filhos quase a chegar aos 40 anos não só já conseguiram atingir níveis salariais mais elevados, como é pouco provável que venham a ter mais bebés.

Pelo contrário, a faixa dos 25-35 anos é a mais complexa no que toca à vida profissional, e isto para ambos os sexos, na medida em que corresponde à entrada no mercado de trabalho, mas também às primeiras relações conjugais.

Como conciliar então uma vida profissional frenética, em que é exigida dedicação exclusiva, com um projeto de vida familiar? Resposta: sacrificando um dos lados.

É exatamente o que se verifica e, por isso, se as mulheres ganham em média menos 12 dólares do que os homens antes de ter o primeiro filho, essa diferença passa para 25 dólares depois de serem mães. O fosso tende a acentuar-se se nascerem mais filhos, e a ser menos relevante no caso de profissões pouco qualificadas.

Refira-se ainda que, apesar de tudo, as desigualdades salariais verificadas neste período se atenuaram nos últimos 40 anos – na década de 1970 as mulheres que engravidavam no entre os 25-35 anos perdiam mais dinheiro no salário e ficavam com bastante menos autonomia pessoal.

Há uma idade melhor para ter o primeiro filho?

Um inquérito da Woom (empresa especializada em fertilidade) revela algumas respostas úteis:

  • A maioria das mulheres escolhe precisamente a faixa etária dos 25 aos 35 anos para ter o primeiro bebé devido à “estabilidade económica”.
  • Cerca de 45% das inquiridas disse que os 35 anos eram a idade limite para se ter o primeiro filho.
  • 30% das inquiridas admitiu que é precisamente a impossibilidade de conciliar a vida familiar e a profissional que as tem feito adiar a maternidade