Compreender as motivações do filho/a. “Em primeiro lugar é importante perceber se são os pais ou se são os filhos que têm a aspiração de ser modelo”, começa por explicar o diretor da Karacter Agency. Caso isso seja uma ambição dos filhos, é necessário que os pais conversem antes de proibirem seja o que for uma vez que isso pode causar frustração e revolta no jovem. “Temos muitos modelos cujos pais dizem que não porque têm medo que eles deixem de estudar e que isto seja uma dispersão para eles. Mas se agência fizer um trabalho com cabeça, tronco e membros isso não vai acontecer.”
Procurar uma agência de confiança. Optar por agência respeitada e com boa reputação no mercado pode fazer toda a diferença na vida e carreira do/a seu/sua filho/a. “Os pais têm de procurar uma agência que saiba conduzir as motivações do menor num ritmo que traga algo de positivo à sua vida e para que tudo aconteça com sucesso. Vão conhecer fisicamente as agências, as equipas que estão dentro das agências e não assinem nada sem amadurecer o processo. Oiçam tudo e sondem a agência.” Só após esse processo é que os pais devem tomar uma decisão.
Nunca pagar dinheiro por um book. Se, ao visitar uma eventual agência de modelos, lhe pedirem dinheiro para a inscrição ou book do/a seu/sua filho/a fuja a sete pés. “A Karacter Agency quando aposta num modelo faz os investimentos iniciais. Se o modelo trabalhar, desconta com os trabalhos aquilo que lhe competir. Se nunca trabalhar não nos deve nada. Nós perdemos aquele dinheiro. E um dia que vá embora leva o seu portefólio - book - que depois pode usar noutra agência.”
Até aos 18 anos a gestão da carreira é feita pelos pais. Até atingirem a maioridade, todas as decisões que dizem respeito a eventuais trabalhos são tomadas pelos pais e pela agência. “No caso da Karacter, vem escrito contratualmente que até aos 18 anos quem faz a gestão da carreira dos filhos são os pais. Eu costumo dizer que no início vão estar numa condição de development: começam com 14 anos mas só aos 18 é que começam a ter desafios de maior importância e até a nível internacional. Se houver algo antes disso é tudo bem concertado com os pais durante o período de férias.”
É possível conciliar a carreira de modelo com os estudos. Segundo o diretor da agência este é um dos maiores receios dos pais. Apesar dos riscos, a verdade é que a carreira de modelo é conciliável com os estudos. “Temos meninos que estudam em colégios de grande exigência e que continuam a manter ou até a subir as notas porque estão mais motivados. Quando um pai diz que o filho não pode aceitar determinado trabalho porque tem um teste naquele dia nós aceitamos e ele passa para o desafio seguinte.”
Pais não devem "demonizar" a indústria da moda. “Os pais têm de perceber que esse lado existe em qualquer profissão e na moda tudo depende de onde os filhos estão agenciados, com quem é feita a gestão da carreira, qual é a relação que existe entre a agência, pai e modelo.” Na opinião do diretor da agência é essencial que os pais acompanhem de perto o percurso e carreira do filho.
É possível ter um estilo de vida saudável. Apesar da indústria da moda estar associada a excessos e distúrbios alimentares, o diretor da agência refere que hoje em dia os padrões de beleza têm evoluído com o passar dos anos. “Atualmente existem exigências de Índice de Massa Corporal (IMC) nas Semanas da Moda internacionais e já não se querem modelos esqueléticas. As modelos têm de manter as medidas proporcionadas, ter um corpo tonificado e devem fazer uma alimentação rica, variada e equilibrada.”
É uma profissão rentável mas que exige sacrifício e entrega. Apesar dos ordenados chorudos das supermodelos, a verdade é que no início de carreira o modelo vai ter de realizar trabalhos não remunerados. “No início os meninos têm que passar pelo registo de fazer editoriais sem serem pagos para o portefólio ir ficando consistente e mais credível para os fotógrafos que os contratam para as campanhas comerciais. Temos campanhas que podem chegar aos 15 mil euros, mas até lá os modelos têm de trabalhar muito.”
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