Sim, estudar é importante. Aliás, é um direito e ainda é um privilégio, pois o acesso à educação não está ao alcance de todos. Contudo, estudar não nos torna 'alguém' na vida, convenhamos. Acredito que quem estuda tem mil oportunidades distintas, poderá viver com mais recursos, e, por tal, aproximar-se com mais celeridade do seu propósito.

Ouvimos muitos pais dizerem aos filhos 'Estudar é a tua única obrigação'. 'Uau', penso eu, é super motivadora esta abordagem. Creio que as crianças, ao terem contacto com o mundo real, saberiam que estudar é um privilégio e iriam aproveitar esta oportunidade como muito maior interesse e paixão.

Estimular e educar as crianças é difícil porque dá trabalho, naturalmente que dar-lhes acesso a gadgets é prático e oportuno. Mas, nesta quarentena, qual será a realidade de todas as crianças? Estudar de forma massiva, e obsoleta, tal qual o sistema que temos.

Percebemos que todos os miúdos que vão ao Google procurar as informações, não estão a consultar as enciclopédias dos avós. É um desperdício não se reformar o ensino. Não é porque as crianças são coitadinhas, é porque estas precisam que também o sistema se adapte à evolução da espécie.

Existem pessoas brilhantes que procuram estudar áreas totalmente distintas do padrão, e tantas outras pessoas cujo conhecimento brilhante é o conhecimento da vida.

Vamos estimular o estudo, o questionamento, a compaixão e o colectivo. Vamos aproveitar a mudança que se faz sentir no mundo para, como dizia o Papa Francisco na homilia de Domingo de Ramos, "levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor."

Estude sozinho, com os seus filhos se for o caso. Noutra o propósito e a bênção de estudar.

Estude-se a si próprio. Esse sim é o estudo que poderá fazer de si alguém consciente e mais feliz na vida.