Quando pensamos no processo de avaliação de um indíviduo devemos lembrar-nos que se trata de um processo social complexo que envolve pessoas, contextos e valores, bem como a natureza do que está a ser avaliado.
Desta forma, compreende-se que a avaliação clínica se caracteriza por ser um processo intenso, dinâmico e que envolve um grande conjunto de dados, que permitem uma tomada de decisão diagnóstica em relação a um individuo.
Os dados referidos provêm de vários contextos e visam apurar as informações de determinadas áreas, que variam consoante o que se pretende avaliar. Esta recolha de dados é realizada através de diferentes métodos. Com o individuo que se está a avaliar são aplicados testes ou baterias que permitem observar as caraterísticas individuais e com a família/escola utilizam-se os questionários ou entrevistas de forma a confirmar se essas caraterísticas são observadas e conhecidas.
Só o processo de avaliação permite perceber quais as caraterísticas que têm uma expressão comum em todos os contextos e só assim se pode relatar as mesmas, para possibilitar os diagnósticos médicos e posteriormente definir as intervenções clínicas nas várias especialidades de intervenção.
Há muito que se fala em avaliações multidisciplinares, há que entender efetivamente em que consiste. Este tipo de avaliações caracteriza-se pela presença de várias áreas profissionais que em conjunta, analisem os dados referidos anteriormente e no fim, construam as conclusões que levem ao diagnóstico final.
A contínua evolução científica ao longo da História, tem exigido a especialização dos diferentes profissionais, quer ao nível da saúde como da educação, verificando-se que os profissionais têm um conhecimento cada vez mais aprofundado acerca da sua área do saber.
É dentro de cada conhecimento que a equipa multidisciplinar deve partilhar e somar saberes para dar respostas efetivas e eficazes aos problemas.
Ao existirem diferentes profissionais de várias áreas clínicas numa avaliação garante-se que a análise dos dados seja interpretada com vários prismas e assim com maior fiabilidade nas conclusões. Para além disso, vários prismas significam, várias compreensões e várias linguagens envolvidas o que potencia a qualidade da análise efetuada. Ao mesmo tempo, existindo várias áreas na análise, permite-se ir pelo sistema de exclusão na construção do diagnóstico. Este sistema que permite o levantamento de várias hipóteses, com a análise nas várias áreas permite ir excluindo o que através dos testes/questionários se verificou que não corresponde. No fim, com uma reunião final de equipa, debate-se estas hipóteses e os resultados obtidos, conseguindo assim chegar às conclusões mais precisas que poderão avançar o diagnóstico.
Com este tipo de avaliações há uma conjugação de conhecimentos que optimiza a reposta a ser dada num processo de intervenção terapêutico, garantindo assim o enviesamento que leve a diagnósticos incorretos e assim conseguir-se os melhores resultados possíveis numa intervenção futura.
Atualmente, considera-se a realização de avaliações multidisciplinares uma mais valia em todo o sistema de observação e análise do desenvolvimento da criança uma vez que há uma conjugação de conhecimentos que optimiza a resposta a ser dada num processo de intervenção terapêutico, eliminando assim o enviesamento técnico de apenas uma especialidade clínica que poderá levar a possíveis diagnósticos incompletos ou incorretos.
É objetivo de qualquer processo de avaliação a recolha e análise optimal da informação, sobre o indivíduo, de modo a promover uma maior eficácia e eficiência dos resultados e posterior aplicação e desenvolvimento de uma intervenção futura.
Estudos realizados sobre a temática revelam que a diversidade de olhares e saberes sobre uma mesma característica ou informação enriquece o conhecimento sobre o individuo e contribui para processos terapêuticos mais eficazes.
Por todas as razões enunciadas anteriormente considera-se extremamente benéfica a realização de processos avaliativos por uma equipa diversificada de técnicos.
A avaliação não é em si um fim, mas sim um meio de conhecimento do desenvolvimento da criança.
A Equipa Multidisciplinar do PIN-ED
Ana Velez (Psicologia: ana.velez@pin.com.pt); Ana Costa (Terapia da Fala: ana.costa@pin.com.pt); Ana Rita Santos (Terapia da Fala: rita.santos@pin.com.pt); Francelina Manso (Docente de Educação Especial: francelina.manso@pin.com.pt); Inês Correia (Reabilitação Psicomotora: ines.correia@pin.com.pt); Lúcia Garcia (Reabilitação Psicomotora: lucia.garcia@pin.com.pt); Nelson Afonso (Reabilitação Psicomotora: nelson.afonso@pin.com.pt); Nídia Amorim (Reabilitação Psicomotora: nidia.amorim@pin.com.pt); Rita Ávila (Reabilitação Psicomotora: rita.avila@pin.com.pt) e Sara Figueiredo (Psicologia: sara.figueiredo@pin.com.pt)
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