Conhecemos uma mãe que está sempre a dar ordens aos filhos. «Come o que tens no prato», «Entra no carro», «Vai lavar os dentes». Há dias ouvimo-la queixar-se da dificuldade que sente em habituar os filhos a dizer «se faz favor» e «obrigado». Agora você já sabe, tão bem como nós, qual é a razão desse problema – mas ela não sabe.

 

Além disso, é uma coisa que não custa nada. Partimos do princípio que as crianças fazem aquilo que lhes dizemos, enquanto os adultos não têm de o fazer. Por isso, quando pedimos qualquer coisa a um adulto fazemo-lo delicadamente e às crianças damos ordens. Elas não reparam na maneira como falamos com todas as outras pessoas (afinal, as crianças nunca dão atenção). E limitam-se a falar com os pais tal como estes lhes falam.

 

Quando já têm compreensão, dão mais atenção ao que os pais fazem do que ao que eles dizem. Por isso, estes não só não devem recrimina-las por não usarem a delicadeza quando eles próprios também não a usam, como ainda deviam elogiá-las por seguirem o seu exemplo.

 

Os filhos merecem respeito, como é evidente, pela simples razão de que são seres humanos. Mas, para além disso, os pais não serão respeitados se não os respeitarem a eles. Não é por tratar os filhos com respeito que estamos a minimizar a nossa autoridade. As crianças cedo aprendem que «Vai lavar os dentes, por favor» ou «Não te importas de ir pôr a mesa?» podem parecer pedidos, mas na verdade não são. São a melhor maneira de as ensinar a ter boas maneiras – através da demonstração.

 

Não são só as boas maneiras que eles precisam de aprender através do exemplo. Nunca devemos faltar ao que lhes prometemos, nem mentir-lhes (o Pai Natal não conta para aqui), nem praguejar na presença deles, se não queremos que nos copiem. Se fizermos estas coisas, estamos a dizer-lhes a alto e bom som (mesmo que não com tantas palavras) que eles são menos importantes do que outras pessoas e que eles não contam. Ora bem, nós sabemos que isso não é verdade. O importante é que os filhos também o saibam.

 

Se você ama os seus filhos mais do que a ninguém (com exceção do/a seu/sua companheiro/a), então eles merecem o seu respeito mais do que qualquer outra pessoa, e não menos. Desse modo, também aprenderão a tratar os outros com respeito. É assim que se resolve o problema «o que vai ser desta geração mais nova?».

 

Ideia-chave:

Os filhos merecem respeito, como é evidente, pela simples razão de que são seres humanos.

 

 

Texto adaptado por Maria João Pratt
Fonte: 100 regras para educar o seu filho (2009), de Richard Templar – Editorial Presença

 

Leia também

11ª regra: O amor não basta

12ª regra: Cada receita precisa de ingredientes diferentes

13ª regra: Mostre satisfação ao vê-los