Há uma coisa que nos faz muita impressão. Já perdemos a conta às vezes que ouvimos mães e pais a agirem assim. O filho entra em casa, depois da escola, e quando ainda vem no corredor já está a ouvir gritar: «Tira esses sapatos cheios de lama!». Ou então: «Vai já fazer os trabalhos de casa! Antes de mais nada.»

 

Temos uma amiga que um dia voltou da escola a meio do dia, com um grande alto na cabeça, por causa de uma queda no ginásio. Isto foi no tempo em que os alunos podiam sair da escola e ir para casa sozinhos, neste tipo de situações. Quando ela chegou à porta da cozinha, a mãe estava a lavar o chão com a esfregona. Olhou para ela, de sobrolho franzido, e disse: «Agora não podes entrar. O chão está molhado.»

 

Como é que estas crianças podem saber que são amadas pelos pais? Afinal, estes saúdam o cão, os avós, os amigos dos filhos, até o carteiro, de um modo amistoso.

 

Há uma outra modalidade que alguns pais praticam, e que consiste em ignorar os filhos quando chegam a casa, como se eles fizessem parte da mobília. Isto é igualmente errado, porque não lhes prestar qualquer atenção é tão mau como prestar uma atenção negativa (ou seja, gritar com eles).

 

À hora do pequeno-almoço, nos dias de escola, toda a gente está cheia de pressa. Mas ser simpático não faz perder tempo e, sinceramente, achamos que vale a pena o que quer que seja que deixe as crianças menos rabugentas, facilitando a tarefa de as pentear ou de lhes enfiar alguma coisa pela boca abaixo.

 

O que custa dirigir-lhes um sorriso ou mesmo dar-lhes um abraço (se ainda não tiverem chegado àquela idade em que já não o aceitam)? É uma coisa tão pequena, mas faz tanta diferença para as crianças! Os filhos só querem saber que nos sentimos felizes por vê-los.

 

E mesmo que venham com os sapatos sujos e tenhamos acabado de lavar o chão da cozinha (o que não faz muito sentido quando eles estão quase a chegar com os sapatos enlameados), também podemos usar o sentido de humor para evitar que entrem, e depois abraçá-los e beijá-los, como recompensa pela sua colaboração.

 

Ideia-chave:

O que custa dirigir-lhes um sorriso, ou mesmo dar-lhes um abraço?

 

Texto adaptado por Maria João Pratt

Fonte: 100 regras para educar o seu filho (2009), de Richard Templar – Editorial Presença

 

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