O Programa de Apoio Social a Estudantes através de atividades de tempo parcial (Pasep), criado pelos SASUC em dezembro de 2013, permite que estudantes com dificuldades financeiras trabalhem nas estruturas da instituição e recebam um apoio convertido num desconto no pagamento de residência, de propinas ou em senhas de alimentação.
Quase três anos depois desde a sua criação, os SASUC estudam agora uma forma de "abrir a empresas externas" a participação no Pasep, "no âmbito da aproximação ao mercado de trabalho", disse à agência Lusa a administrador dos serviços sociais, Regina Bento.
O Pasep para privados deverá ter "as mesmas regras do Pasep interno", sendo que há a expectativa de que a abertura a empresas externas sediadas na região ocorra ainda neste ano letivo, referiu.
De momento, já decorre um "projeto-piloto", com dois estudantes da Universidade de Coimbra (UC) que começaram a trabalhar em agosto, no âmbito do Pasep, no posto de venda da Weeel Frozen Yogurt, na UC.
Este protocolo decorre até final de outubro e os estudantes recebem 4,8 euros por hora (mínimo estabelecido dentro do Pasep), convertidos em desconto de residência, propinas ou em senhas de alimentação.
"As regras são as mesmas e o processo decorre à mesma nos SASUC", informou Regina Bento, sublinhando que o valor pago é entregue na sua totalidade aos estudantes - fora uma renda por ocupação de espaço da Universidade.
De acordo com Regina Bento, a abertura a privados deve-se à "necessidade de alargar as ofertas de atividade", havendo neste momento muito mais procura do que as atividades oferecidas pelos SASUC.
Ao todo, estão inscritos dois mil alunos no Pasep, tendo sido beneficiados até ao momento 317 estudantes.
Questionada pela Lusa se a abertura a privados não será uma forma de desvirtuar o mercado de trabalho, a administradora dos SASUC afirmou que o estudante nunca poderá trabalhar mais de 12 horas por semana e quatro horas diárias, sendo que este tipo de expansão "dificilmente irá colmatar postos de trabalho".
"Mais do que as empresas, o interesse será dos estudantes que terão contacto com o mercado de trabalho e vão adquirir novas competências", realçou.
Segundo o responsável do ‘franchising’ da Weeel em Coimbra, José Nobre, a ideia inicial foi a de contratar "estudantes" no local de venda, sendo que foram posteriormente "encaminhados para o Pasep", criando uma parceria com os SASUC.
Os dois estudantes trabalham 12 horas semanais, afirmou, referindo que poderia ter optado pela "contratação", mas achou "que seria uma mais valia recorrer a esta situação", sendo "a responsabilidade social um dos pilares" da empresa.
De momento, o limite mínimo dentro do Pasep por hora é de 4,8 euros e o máximo de 12 euros por hora.
Aquando da sua criação, o Pasep foi alvo de críticas por parte da JCP que considerou este programa uma forma "gratuita" da Universidade usar "as dificuldades que enfrentam os estudantes para preencher funções e postos de trabalho necessários, despedindo trabalhadores e pondo em causa o direito à Educação e ao Trabalho de uma machadada só".
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