
"As escolas Cidade de Castelo Branco, Faria de Vasconcelos, Afonso de Paiva e João Roiz estão sem atividades letivas desde as 08:00 devido à falta de pessoal não docente e a Escola Secundária Nuno Álvares, que abriu com meia dúzia de trabalhadores, vai encerrar ao meio-dia por falta de condições de segurança", afirmou Cristina Hipólito, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).
A sindicalista mostra-se satisfeita com a adesão dos trabalhadores não docentes à greve e adianta que há grandes motivos para o fazerem.
"Há grandes motivos para esta paralisação porque os trabalhadores sentem isso no seu dia a dia. As escolas têm falta de pessoal não docente e a esmagadora maioria recebe o salário mínimo nacional, sendo que as suas responsabilidades são cada vez maiores", disse.
Adiantou ainda que tudo aquilo que diz respeito à segurança nos estabelecimentos de ensino está a cargo destes trabalhadores que lutam contra os baixos salários, a falta de pessoal e pela reposição das carreiras.
Cristina Hipólito realça ainda que. além das principais escolas de Castelo Branco, também as escolas básicas da Senhora da Piedade e Boa Esperança estão sem atividades letivas, um panorama que se repete um pouco por todo o distrito de Castelo Branco.
Segundo o sindicato, na Sertã, a EBS e a escola Padre António Lourenço Farinha estão fechadas, cenário que se repete em Penamacor, com as duas principais escolas também fechadas.
No Fundão, a Escola Secundária e a João Franco estão encerradas e o mesmo acontece na Covilhã, com a Pero da Covilhã, Palmeiras e Escola Profissional Agrícola da Lageosa sem atividades letivas.
Os trabalhadores não docentes estão em greve para exigir a integração dos vínculos precários, uma carreira específica e meios suficientes assegurar para o bom funcionamento das escolas.
A greve é convocada por estruturas sindicais afetas às duas centrais sindicais, CGTP e UGT.
Oito em cada dez diretores escolares queixam-se da falta de assistentes operacionais, segundo um inquérito, realizado no mês passado.
O trabalho, realizado pelo blogue Comregras em parceria com a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), revelou também que quase metade destes funcionários tem mais de 50 anos e apenas 1% ganha mais de 650 euros.
A maioria dos diretores escolares (82%) depara-se diariamente com a falta de funcionários, de acordo com os dados recolhidos junto de 176 dirigentes.
Muitos destes trabalhadores estão nas escolas há mais de 20 anos e recebem o salário mínimo: 41,5% ganham 580 euros, 57,4% levam para casa entre 581 e 650 euros e apenas 1,1% tem um vencimento superior a 650 euros, segundo o inquérito.
Comentários