O novo "nobre" chama-se Marcos Pinho Andrade, veio ao mundo à 01:29 com 3.180 gramas de peso e irá viver com os pais em Oliveira de Azeméis.

À semelhança de todas as crianças cujo nascimento se dê no Hospital da Feira até ao fim do dia 7 de agosto, data em que termina a Viagem Medieval, o menino irá agora receber o simbólico título de Infante e, nessa condição, terá acesso gratuito vitalício ao recinto do evento.

Cristina Silva Pinho, mãe do bebé, está a recuperar bem e admitiu à Lusa que, apesar de não marcar presença regular na Viagem por ter dois outros filhos de que se ocupar e trabalhar por turnos, sempre considerou a recriação "um evento engraçado, que cai bem pelo castelo [da Feira] e pela sua envolvente de História".

Quanto ao "título de nobreza" agora atribuído ao seu recém-nascido, apanhou-a desprevenida. "Fiquei surpreendida pela iniciativa, mas na altura a minha preocupação era que o bebé nascesse e estivesse bem. Depois, quando me disseram que, além de Infante, ele ia ser o primeiro Infante, foi uma surpresa ainda maior", confessou.

Iniciativa que reforça ligação hospital-utente

Para Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (que tem sede no Hospital da Feira), foi com particular "alegria" que o Serviço de Obstetrícia da unidade acompanhou este parto. "Para nós, cada utente é único e cada um dos nossos bebes é especial, mas esta distinção, que atribuímos em parceria com a organização da Viagem Medieval a todos aqueles que nasçam connosco ao longo dos 12 dias do evento, vem reforçar ainda mais este nosso sentimento", explicou.

Já Paulo Sérgio Pais, diretor executivo da recriação histórica que é a apontada como a maior da Europa, defende que a distinção das novas crianças naturais da Feira se reveste de peculiar simbolismo na celebração das 20 edições do evento. "Isto é uma forma de perpetuarmos no tempo e na memória das pessoas o espírito de Santa Maria da Feira e da sua Viagem Medieval", afirmou.

O desafio é agora "que a atribuição deste título passe a ter uma dinâmica regular", o que, em termos práticos, também implicará a implementação de novos métodos de controlo no acesso ao recinto. "Estes infantes e infantas vão receber um salvo-conduto, que é um documento próprio para os identificar, e esse será depois operacionalizado com uma pulseira livre-trânsito especial", anunciou o diretor do evento.

A 20.ª edição da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria decorre de hoje até 7 de agosto no centro histórico da Feira, numa organização conjunta da autarquia, a empresa municipal Feira Viva e a Federação das Coletividades de Cultura e Recreio do concelho.

O evento envolve diariamente o trabalho de mais de 2000 pessoas, 350 das quais em regime de voluntariado. É essa estrutura que assegura o funcionamento de 28 áreas temáticas, 23 tabernas, 8 restaurantes e 240 bancas de artesãos, mercadores e regatões, assim como as 260 exibições de 16 espetáculos inéditos e 1500 horas de animação circulante.