Se a alimentação da grávida influencia o desenvolvimento do feto e a saúde da futura criança, é também importante no período de aleitamento – daí advêm os nutrientes que o bebé recebe. Nesta fase, uma mulher tentar perder peso com dietas milagrosas “é uma aberração”.
O ideal é melhorar a alimentação antes de engravidar e aproveitar a gravidez para estabelecer uma boa alimentação para o resto da vida. Já as dietas relâmpago, a que muitas mulheres aderem para ficar em forma o mais rápido possível, são más para a jovem mãe e para o bebé.
“Qualquer dieta milagrosa após a gravidez é um erro”, defendeu o diretor médico do Instituto de Saúde da Mulher de Barcelona, o ginecologista Damián Dexeus, em entrevista à Europa Press. Ao jornal ABC, o médico explicou que “esse tipo de dieta milagrosa, que geralmente envolve a eliminação radical de um ou dois elementos, como os hidratos de carbono ou as gorduras, leva, muitas vezes, a um desastre considerável”. Isto porque, sublinhou “é possível que o paciente perca peso muito rapidamente, mas não de forma saudável. E isso pode ter efeitos metabólicos bastante prejudiciais, mesmo que sejam reversíveis”.
Dexeus é apologista de uma verdadeira dieta mediterrânica e aconselha as mulheres a praticarem-na mesmo depois do período de amamentação. “Os ginecologistas devem aproveitar a gravidez para fazer uma mudança na dieta da paciente, levando-a a adotar uma alimentação saudável que seja passada ao filho”.
Se é sabido que os hábitos alimentares da grávida afetam o desenvolvimento do feto e influenciam a sua saúde futura, não menos importante será o papel desta alimentação durante o período de aleitamento materno: “Regra geral, os únicos nutrientes que a criança recebe nessa fase provêm da mãe, por isso é uma verdadeira aberração tentar perder peso com dietas milagrosas”, salienta o especialista, exemplificando: “Por exemplo, os hidratos de carbono são muito importantes neste momento, porque a mãe perde muitas calorias importantes para a sua saúde e para qualidade do leite”.
Damián Dexeus é mais benevolente no que toca ao aumento de peso durante a gravidez. Ao ABC admitiu que “aquele quilo por mês que se recomenda é muito complicado de cumprir”. E defendeu que se a grávida aumentar entre os nove e os doze poderá ser considerada um exemplo a seguir, tendo em conta que “o feto representa 30 por cento desse excesso de peso, o líquido amniótico 15, e fatores como a glândula mamária e volume sanguíneo outros 30”.
Grávidas: alimentação por trimestre
O diretor clínico do Instituto de Saúde da Mulher, de Barcelona, diz que os cuidados com a alimentação devem começar antes de engravidar: “É necessário começar a receber nutrientes essenciais, como a vitamina D.”
Primeiro trimestre. No primeiro trimestre, o consumo de calorias não precisa de ser elevado. Dexeus recomenda a ingestão de iodo, vitamina B12, ácido fólico e cálcio, já que parecem ter muita importância “no desenvolvimento do embrião, em questões como a prevenção da espinha bífida”
Segundo trimestre. Para o segundo trimestre de gravidez, aconselham-se pratos ricos em ómega 3, indispensáveis para o desenvolvimento cerebral, cálcio (para a formação de ossos e dentes) e ferro, fundamental para a produção de glóbulos vermelhos do bebé.
Terceiro trimestre. É o que requer mais calorias devido ao crescimento do bebé. O ginecologista aconselha a “ter cuidado com açúcares e a consumir especialmente carboidratos de absorção lenta, como os legumes.”
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