Os pais e encarregados de educação da escola básica de Figueira do Lorvão, em Penacova, decidiram pôr fim ao boicote às aulas, mas prometem continuar a luta por mais uma turma.

 

Os pais exigem cinco turmas em vez das quatro existentes para os 86 alunos da escola de Figueira do Lorvão, onde estão matriculados sete alunos com necessidades educativas especiais (NEE), o que obrigaria "à criação de turmas com um máximo de 20 alunos", explanou Jhonny Rocha, representante da Comissão de Pais.

 

Após a rejeição por parte do Ministério da Educação da criação de cinco turmas proposta pelo Agrupamento de Escolas de Penacova, os pais realizaram um boicote às aulas de segunda-feira a quinta-feira, suspendendo agora essa ação de protesto para não prejudicar mais os alunos, informou.

 

"As crianças estavam a ser prejudicadas de duas formas e não queremos ser iguais a eles [Ministério da Educação]", afirmou Jhonny Rocha, garantindo, porém, que a luta vai continuar.

 

Na terça-feira, a comissão de pais vai ser ouvida pelo Provedor da Justiça e, para além dessa audição, os pais vão agora apostar "numa luta mais burocrática, de confronto jurídico" e de contacto com grupos parlamentares, sendo que até agora o único partido a contactar os encarregados de educação foi o PCP, contou.

 

O pedido de desculpas feito pelo ministro da Educação, Nuno Crato, devido a um erro no cálculo das listas de colocação, na quinta-feira, "dá esperança de que a situação se resolva num futuro próximo". Contudo, Jhonny Rocha não deixou de considerar "grave" que um ministro afirmasse "não saber o que se passa" em Figueira do Lorvão.

 

Apesar de agora focados numa "luta de gabinete", os encarregados de educação não põem de parte "outro tipo de reivindicações ou a realização de manifestações", até o processo estar resolvido.

 

Entretanto, os alunos de Figueira do Lorvão vão às aulas "nas quatro turmas provisórias", sendo que duas "têm 25 e 21 alunos", excedendo o máximo de 20 alunos previsto, quando as turmas têm alunos com NEE.

 

"Os pais apenas querem que seja cumprida a lei", frisou.

 

Por Lusa