Um relatório da Nielsen revela que 45% de crianças norte-americanas entre os 10 e os 12 anos possui o seu próprio smartphone – e tem um plano de dados, em vez de usar apenas o wi-fi.
Cerca de 22% começaram a beneficiar deste privilégio aos 10 anos, 15% entre os 9 e os 11 anos e 16% por volta dos 8. Cedo? Uma outra pesquisa, da organização Common Sense Media, descobriu que 42% das crianças americanas com menos de 8 anos tem o seu próprio tablet. Tais dados não apanharam de surpresa Douglas Gentile, professor de psicologia da Universidade do Iowa, dado que tem vindo a estudar os efeitos das novas tecnologias nos mais novos. “Não me surpreende porque é, de facto, o que vemos em todo o lado – nos restaurantes, transportes públicos, aeroportos e até em minha casa, onde a minha filha mais nova vê televisão no seu telemóvel”, disse Gentile à CNN.
A Academia Americana de Pediatria não estabelece uma idade ideal para dar um telemóvel a uma criança ou deixá-la brincar com um tablet durante o tempo que entender. Ainda assim, o ano passado, a instituição publicou novas recomendações, advertindo que as crianças com menos de 24 meses evitassem o contacto com o digital.
Cerca de 46% de crianças europeias entre os 9 e os 16 anos possui um smartphone, segundo uma notícia da New Media & Society, feita a partir de um estudo com 3500 crianças belgas, dinamarquesas, italianas, irlandesas, portuguesas, romenas e britânicas, entre 2013 e 2014. “Em 2014, cerca de 80% das crianças possuía telemóvel ou smartphone; 46% smartphone e 33% telemóvel”, revelou Giovanna Mascheroni, professora da Universidade Católica de Milão, e principal autora do estudo, à CNN.
A mesma responsável explicou, porém, que nalguns países as crianças utilizam livremente os telemóveis, sendo que noutros é a escola que dita as regras. Por exemplo, as crianças britânicas e italianas têm de desligar os smartphones nas aulas e recorrem, sobretudo, ao wifi. Já os miúdos dinamarqueses usam os smartphones como ferramentas de estudo, na sala de aula, com bastante frequência. Em Portugal, fruto da crise económica, “muitos miúdos deixaram de ter um plano pré-pago de internet por ser caro”, afirmou Giovanna, acrescentando que “em geral, os miúdos de todos os países revelaram-se sensíveis aos custos”. “Eles recorrem ao wifi sempre que possível”.
Fora dos EUA e da Europa, de um modo geral, as crianças têm os primeiros telemóveis quando já são mais velhas
Na Coreia do Sul, 72% das crianças têm smartphone entre os 11 e os 12 anos.
Em Taiwan, o número de miúdos que usa telemóvel aumentou de forma constante, de 45% (em crianças de 11 anos), para 71% (em miúdos de 15 anos.
Na Turquia, aproximadamente 19,5% dos pais acha que é indicado dar um telemóvel aos filhos entre os 6 e os 11 anos, e 59,8% defende a faixa dos 12 aos 17 anos – 3,3% diz não perceber para que querem os jovens telemóvel antes dos 18 anos.
Na África do Sul, quatro em cinco estudantes do ensino médio possuem ou têm acesso a um telemóvel e cerca de um terço já criou a sua página de Facebook ou Instagram.
No Malawi, apenas 10,4% dos rapazes e 6,2% das raparigas têm telemóvel.
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