Um grupo de peritos analisou recentemente os dados da mortalidade infantil, que aumentou em 2011, tendo concluído que mantém valores “normais”, mas alertou para a necessidade de se concentrarem serviços, segundo a subdiretora geral da Saúde.

 

Esta foi uma das conclusões saídas da reunião de peritos, promovida pela Direção Geral da Saúde (DGS), realizada no passado dia 5 de março.

 

Tratou-se de “uma auscultação e debate com especialistas para interpretação dos resultados e definição de estratégias para melhoria contínua da taxa de mortalidade infantil, concretamente da taxa de mortalidade neonatal, tendo em atenção as questões da prematuridade, do baixo peso e da gemelaridade”.

 

O "Estudo Comparativo do Número de Óbitos e Causas de Morte da Mortalidade Infantil e suas Componentes (2009-2011)” revelou um aumento de óbitos infantis (com menos de um ano), em 2011 (303 óbitos), em relação ao ano anterior (260).

 

Este documento indica que, em 2011, “houve um aumento da mortalidade infantil, devido ao incremento da mortalidade neonatal, ainda que a mortalidade no primeiro dia de vida tenha diminuído”. Nesse ano verificou-se uma redução da mortalidade fetal e da mortalidade pós-neonatal.

 

A subdiretora geral da Saúde Graça Freitas disse à agência Lusa que o aumento da mortalidade infantil em relação ao ano anterior se deveu ao facto de 2010 apresentar “valores anormalmente baixos”. Em 2011, sublinhou, mantiveram-se valores normais, os quais “não podem aumentar”.

 

Ainda assim, os peritos apuraram uma “dispersão de unidades de cuidados neonatais altamente diferenciadas, uma vez que não têm em atenção a taxa de natalidade e a acessibilidade geográfica atuais”, assim como a “inexistência de rede de referenciação adequada e atualizada”.

 

Segundo Graça Freitas, existem mais ganhos com a concentração de serviços, nomeadamente os “altamente diferenciados”. É nesse sentido que vai uma das recomendações dos peritos: “Assegurar que as redes garantem a acessibilidade, a qualidade e a equidade de cuidados, contrariando a tendência para a dispersão que pode colocar em causa a qualidade assistencial”.

 

Os peritos defendem ainda a realização de “avaliações internas a todos os óbitos perinatais e infantis nos hospitais, envolvendo toda a equipa de cuidados, com vista à melhoria das práticas”.

 

Lusa