Numa reunião informal realizada hoje em Paris para promover “a educação, a cidadania, os valores comuns de liberdade, tolerância e não discriminação” lançaram-se os alicerces do “plano de ação” que será apresentado a 18 de maio, no Conselho de Educação e Cultura.

Os participantes adotaram uma declaração em que reafirmam a determinação em trabalhar conjuntamente para defender “valores fundamentais” da UE, como “o respeito pela dignidade humana, a liberdade, especialmente a de expressão, a democracia, a igualdade, o Estado de direito e o respeito pelos direitos humanos”.

O documento enumera uma série de pontos para trabalhar conjuntamente a nível europeu, no sentido de a educação servir para formar cidadãos, ser inclusiva e combater o racismo e as desigualdades sociais. Deve também ser usada para fomentar o diálogo e a cooperação.

Entre os participantes esteve o ministro da Educação português, Nuno Crato.

A reunião foi convocada na sequência “dos dramáticos atentados terroristas verificados este ano em França e na Dinamarca”, para debater o papel da educação na defesa dos valores comuns da liberdade, da tolerância e da não-discriminação, frisa o Ministério da Educação e Ciência (MEC), em comunicado.

De acordo com a mesma fonte, o encontro realizou-se por iniciativa da ministra francesa da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação, Najat Vallaud-Belkacem, em colaboração com a ministra da Educação e da Ciência da Letónia (país que atualmente preside ao Conselho da União Europeia), Marite Seile, e com o comissário europeu da Educação, Juventude, Cultura e Desporto, Tibor Navracsics.

“Em Portugal, o Ministério da Educação e Ciência reconhece o papel decisivo da educação na promoção de um convívio democrático e de um futuro em liberdade, em primeiro lugar pelo papel que a educação rigorosa tem na preparação dos jovens para a sua integração plena na vida ativa, tanto no campo profissional como cultural e social”, lê-se no documento.

O MEC sublinha que tem vindo a produzir referenciais específicos em colaboração com outros organismos e instituições públicas, bem como com diversos parceiros da sociedade civil, como por exemplo, o Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, o Referencial de Educação Intercultural ou o Referencial de Educação para a Dimensão Europeia, mas também a iniciativa Selo de Escola Intercultural, que distingue escolas que se destacam na promoção de projetos visando o reconhecimento e a valorização da diversidade como “uma oportunidade e fonte de aprendizagem para todos”.