O Ministério da Educação e Ciência (MEC) entende que "uma escola isolada, por si só, não consegue saber com exatidão se está a ser mais exigente ou menos exigente do que a generalidade das outras escolas do país, na avaliação do desempenho escolar dos seus alunos" e, na semana passada, lançou um portal eletrónico com indicadores que permitem fazer essas comparações.

Segundo uma análise realizada pelo jornal Público, hoje divulgada, há 24 escolas "que dão por sistema notas acima do que é esperado" e outras 29 que estão a fazer exatamente o contrário: dar notas abaixo do espectável.

O representante dos diretores escolares, Filinto Lima, acredita que, com esta informação, "as escolas vão poder analisar os resultados e ver se há algo que devem ou não corrigir".

O vice presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas sublinha, no entanto, que "este é apenas mais um indicador para as escolas, e não se devem tirar conclusões precipitadas".

Também o ministério considera que "a tarefa mais importante é passar essa informação às próprias escolas, para que possam refletir e eventualmente ajustar as suas práticas de avaliação": "Uma escola e os seus professores não podem fazer ajustes se não conhecerem os dados precisos, tratados de forma cuidadosa. Até porque algumas escolas podem até não fazer ideia de como se comparam a nível nacional. O principal trabalho de reflexão será interno, das próprias escolas".

As escolas, no entanto, poderão vir a contar no futuro com recomendações da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), que está a analisar os dados.

Segundo o MEC, a IGEC irá utilizar o conhecimento assim obtido em próximas intervenções inspetivas que vier a fazer, com "recomendações focadas no processo de avaliação interna dos alunos".

Filinto Lima considera residual o número de escolas que podem estar a dar notas acima ou abaixo do expectável: "Num universo de cerca de 570 escolas, há 24 que estão desalinhadas para cima e 29 que estão desalinhadas para baixo. Penso que não se pode transformar esta questão num campo de batalha".